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Protesto de caminhoneiros reduz frete em 30% no RS

Motoristas cruzaram os braços pela necessidade daa regulamentação para a jornada de trabalho, mas o formato adotado é uma fonte de discórdia

"Estamos fazendo um ajuste em linha com a nossa expectativa de que haverá um declínio de 10 por cento em 2012 no mercado total europeu", declarou o porta-voz da Volvo, Marten Wikforss (Douglas McFadd/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2013 às 17h48.

Porto Alegre - O Rio Grande do Sul teve uma redução de cerca de 30% da carga transportada em caminhões nos últimos três dias, em consequência da greve de caminhoneiros. A estimativa é do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), que diz observar passivamente o protesto. Para José Carlos Silvano, presidente do sindicato, o movimento é legítimo e as empresas estão deixando boa parte dos caminhões nos pátios até que a manifestação se encerre - forma de evitar maiores conflitos.

"As empresas estão em operação tartaruga e só devem normalizar as atividades a partir de sábado, quando o protesto se encerrar. Também orientamos motoristas a evitar rotas que tenham protestos", afirma Silvano, que não tem um cálculo do valor de negócios não realizados pela redução nos fretes. A frota total do Estado é de 240 mil caminhões.

O Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), que organiza os protestos nacionalmente, não assume responsabilidade pelos atos de vandalismo, como o registro de pneus incendiados e apedrejamento de para-brisas de caminhões que não aderiram ao movimento no Rio Grande do Sul nos últimos três dias. No entanto, entende que são profissionais simpatizantes à greve e que não têm apoio de sindicatos que organizaram o protesto.

"A revolta deles causa os atos extremos", disse Osmar Lima, um dos representantes do MUBC no Estado. Na opinião dele, o problema ocorre pela criação de leis sem conhecimento da atividade.


Contrária à onda de protestos, porque "só causam baderna e esculhambação", a Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Fecam) avalia que as manifestações são uma desculpa para favorecer as empresas. Para Eder Dal Lago, presidente da entidade, há mais regulamentação e controle contra a sonegação fiscal, que não existia antes da lei que regulamenta os pagamentos e extinguiu a carta frete. Hoje, os pagamentos são por via bancária. "Para os caminhoneiros é bom. Eles vão pagar Imposto de Renda, mas poderão comprovar rendimentos para financiar o próprio caminhão, além de escolher onde vão gastar o dinheiro na estrada", avalia Dal Lago.

A unanimidade é a necessidade de uma regulamentação para a jornada de trabalho, mas o formato adotado é outra fonte de discórdia. As 11 horas de descanso são consideradas excessivas quando o caminhoneiro está na estrada, e as paradas de meia hora a cada quatro horas ao volante, não teriam nem como funcionar. As estradas não possuem áreas de refúgio o bastante e a criação desses postos de parada foi vetada na mesma regulamentação que exige os intervalos de descanso. Para a Fecam, a obrigação deveria ser de oito horas de descanso, e a jornada diária, livre de acordo com a necessidade do caminhoneiro e a disponibilidade de pontos de parada.

Ainda que o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas acredite que o fim do movimento ocorra sábado, o MUBC entende que os protestos em todo o País só devam parar quando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aceitar renegociar as regulamentações.

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Porto Alegre - O Rio Grande do Sul teve uma redução de cerca de 30% da carga transportada em caminhões nos últimos três dias, em consequência da greve de caminhoneiros. A estimativa é do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), que diz observar passivamente o protesto. Para José Carlos Silvano, presidente do sindicato, o movimento é legítimo e as empresas estão deixando boa parte dos caminhões nos pátios até que a manifestação se encerre - forma de evitar maiores conflitos.

"As empresas estão em operação tartaruga e só devem normalizar as atividades a partir de sábado, quando o protesto se encerrar. Também orientamos motoristas a evitar rotas que tenham protestos", afirma Silvano, que não tem um cálculo do valor de negócios não realizados pela redução nos fretes. A frota total do Estado é de 240 mil caminhões.

O Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), que organiza os protestos nacionalmente, não assume responsabilidade pelos atos de vandalismo, como o registro de pneus incendiados e apedrejamento de para-brisas de caminhões que não aderiram ao movimento no Rio Grande do Sul nos últimos três dias. No entanto, entende que são profissionais simpatizantes à greve e que não têm apoio de sindicatos que organizaram o protesto.

"A revolta deles causa os atos extremos", disse Osmar Lima, um dos representantes do MUBC no Estado. Na opinião dele, o problema ocorre pela criação de leis sem conhecimento da atividade.


Contrária à onda de protestos, porque "só causam baderna e esculhambação", a Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Fecam) avalia que as manifestações são uma desculpa para favorecer as empresas. Para Eder Dal Lago, presidente da entidade, há mais regulamentação e controle contra a sonegação fiscal, que não existia antes da lei que regulamenta os pagamentos e extinguiu a carta frete. Hoje, os pagamentos são por via bancária. "Para os caminhoneiros é bom. Eles vão pagar Imposto de Renda, mas poderão comprovar rendimentos para financiar o próprio caminhão, além de escolher onde vão gastar o dinheiro na estrada", avalia Dal Lago.

A unanimidade é a necessidade de uma regulamentação para a jornada de trabalho, mas o formato adotado é outra fonte de discórdia. As 11 horas de descanso são consideradas excessivas quando o caminhoneiro está na estrada, e as paradas de meia hora a cada quatro horas ao volante, não teriam nem como funcionar. As estradas não possuem áreas de refúgio o bastante e a criação desses postos de parada foi vetada na mesma regulamentação que exige os intervalos de descanso. Para a Fecam, a obrigação deveria ser de oito horas de descanso, e a jornada diária, livre de acordo com a necessidade do caminhoneiro e a disponibilidade de pontos de parada.

Ainda que o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas acredite que o fim do movimento ocorra sábado, o MUBC entende que os protestos em todo o País só devam parar quando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aceitar renegociar as regulamentações.

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