Brasil

Proposta de aumento a professores custará R$ 3,9 bilhões

O governo federal ofereceu reajustes que variam entre 24,4% e 45,1% para doutores

Sala de aula: atualmente, os professores universitários que atingem o topo da carreira recebem R$ 11,7 mil (Marcos Santos/USP Imagens)

Sala de aula: atualmente, os professores universitários que atingem o topo da carreira recebem R$ 11,7 mil (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2012 às 18h39.

Brasília – A proposta de reestruturação de carreira apresentada hoje aos professores universitários federais terá impacto de R$ 3,9 bilhões no orçamento federal. Segundo a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, o valor será dividido nos próximos três anos: 40% este ano, ou seja, R$ 1,56 bilhão. Os 60% restantes serão divididos em 2013 e 2014, o que significa R$ 1,17 bilhão por ano.

A reunião entre os representantes das instituições federais de ensino e o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, continua. Mesmo sem o encontro finalizado, a ministra garante que a “que primeira impressão de todos é muito positiva”. Caso aceite a proposta do governo, a categoria pode encerrar o movimento grevista, que começou em 17 de maio.

O governo federal ofereceu reajustes que variam entre 24,4% e 45,1% para doutores. Atualmente, os professores universitários que atingem o topo da carreira recebem R$ 11,7 mil. Com a nova proposta, a remuneração chegaria a R$ 17,1 mil. Entre os mestres, os aumentos vão variar entre 25% e 27%.

A ministra disse que a proposta objetiva conceder maior progressão salarial aos professores com doutorado e com dedicação exclusiva, que representam 86% e 80%, respectivamente. “O conceito da presidenta [Dilma Rousseff] é construir uma universidade de excelência, com valorização e estímulo à dedicação exclusiva. Queremos produção científica. O segundo [conceito] é a titulação. Estamos, com esta proposta, valorizando mais os doutores, que é uma titulação maior.”

Segundo dados do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), a paralisação atinge 56 das 59 universidades federais, além de 34 institutos federais de educação tecnológica dos 38 existentes.

Miriam Belchior classificou de “precipitada” a deflagração da greve pelos professores no mês de maio. “O time de negociação com os servidores é a virada do mês de julho para agosto, porque precisamos estar mais próximos do ano seguinte, para ter clareza, para ter o cenário que se desenvolverá próximo ano, e é momento de fechamento. Do nosso ponto de vista, houve precipitação de universidades e escolas técnicas de deflagrar greve em maio”, disse.

O ministro da Educação, Aloisio Mercadante, lembrou a garantia dada pelo governo de que haveria proposta para os professores universitários. “Sempre dissemos que haveria proposta de carreira, mas estamos vivendo quadro de incertezas na crise internacional”, ressaltou o ministro.

Acompanhe tudo sobre:Ensino superiorFaculdades e universidadesGovernoGrevesSalários

Mais de Brasil

Acidente da Tam: maior tragédia da aviação brasileira completa 17 anos

Ministro da Defesa busca recursos para Forças Armadas, enquanto governo discute bloqueio de gastos

Governo cria sistema de emissão de carteira nacional da pessoa com TEA

Mais na Exame