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Professor perde 20% da aula tentando controlar a bagunça

Desperdício de tempo dos docentes no País é o maior em uma lista de 32 nações

Alunos na sala de aula de uma universidade do Rio de Janeiro (Andre Vieira/Bloomberg News)
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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2014 às 21h11.

São Paulo - Controlar a bagunça e pedir silêncio aos alunos consomem 20% das horas dos professores brasileiros em sala de aula. O desperdício de tempo dos docentes no País é o maior em uma lista de 32 nações. A média internacional de perdas por indisciplina é de 13%.

Isso é o que mostra a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) divulgada nesta quarta-feira, 25, pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

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Os dados do Brasil foram coletados em 2013 em 1.070 escolas , com quase 14,3 mil professores e cerca de 1,1 mil diretores.

Para resolver tarefas administrativas, os docentes brasileiros ainda gastam 12% das horas em sala. Isso significa que sobra apenas 68% do tempo dos professores para atividades de ensino e aprendizagem.

Segundo o estudo, um em cada quatro professores do Brasil gasta ao menos 40% das horas em sala com tarefas que não são de ensino.

Mário Pereira, professor de Artes na rede pública de São Paulo há mais de 20 anos, confirma que a desordem atrasa o cronograma de conteúdos.

"A saída é resolver pelo diálogo, o que nem sempre é fácil", relata. "Já interrompi aula porque uma aluna chutou a porta ao entrar."

A pesquisadora da Fundação Carlos Chagas Gabriela Moriconi, que participou do estudo, afirma que o apoio ao docente, em geral, é escasso.

"As equipes escolares são pequenas. Faltam profissionais com quem o professor possa contar quando o problema de comportamento é grave. Isso acontece, por exemplo, no Canadá e na Inglaterra".

Jornada

O levantamento também revelou que o professor brasileiro trabalha mais tempo do que os colegas estrangeiros. Em média, gasta 25 horas semanais em classe, 6 a mais do que a média internacional.

"No exterior, é comum que os professores trabalhem em tempo integral, em uma única escola", diz Gabriela. "O professor brasileiro tem pouco tempo para planejar as aulas", criticou.

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