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Cafeicultores apostam na produção de cafés especiais

Estima-se que das 20 milhões de sacas de café consumidas por ano no país, apenas 1 milhão sejam de cafés especiais

Gourmetização: estima-se que das 20 milhões de sacas de café consumidas por ano no país, apenas 1 milhão sejam de cafés especiais (Kevork Djansezian/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2015 às 07h44.

Representantes da cadeia produtiva do café têm encontro marcado em Belo Horizonte, de 24 a 26 deste mês, durante a Semana Internacional do Café.

Eles vão discutir novas oportunidades de mercado para o produto, com ganhos de qualidade, e traçar estratégias para driblar a crise econômica, informou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária Mineira (Faemg), Roberto Simões.

O encontro coincide com o encerramento da safra do grão, quando grande volume do produto chega ao mercado.

É um momento oportuno para que todos dialoguem sobre os desafios do mercado, disse o diretor da Comissão de Cafeicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita.

Maior produtor e exportador mundial de café – mais de 50% em Minas Gerais – o Brasil colheu no ano passado 45,34 milhões de sacas de 60 quilos (kg) do produto, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e está colhendo algo em torno de 44 milhões de sacas neste ano. Os números finais serão divulgados no próximo dia 29.

Além da crise econômica, com reflexos nos custos de produção, Roberto Simões atribui a quebra de safra de café a problemas climáticos.

Segundo ele, longas estiagens, com temperaturas acima da média histórica, contribuíram para a ocorrência de grãos menores e consequente perda de qualidade.

Isso acarretou em queda dos preços e prejuízo para os produtores, que precisam elencar prioridades e alternativas rentáveis não suscetíveis às variações do mercado, de acordo com Simões.

A melhor aposta, no seu entendimento, é a produção de cafés especiais, que têm posto em evidência algumas regiões produtoras – Triângulo Mineiro e oeste baiano, entre outras – para as quais se cogita, inclusive, o selo de identificação de origem.

Segundo o presidente da Faemg, a produção de cafés especiais no Brasil ainda é pequena, mas tem crescido ano a ano, e a  Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA na sigla em inglês para Brazil Speciality Coffe Association) assegura que cerca de 10% da produção nacional já são de qualidade superior.

Simões cita dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), segundo os quais o preço médio de venda das sacas de café no mercado de commodities (produtos básicos com cotação internacional), de janeiro a julho deste ano, foi US$ 176,58.

Os “naturais médios” alcançaram US$ 156,51 enquanto os “especiais” atingiram US$ 229,37.

O preço, por sí só, é bastante atraente para estimular o cafeicultor, pois além de apresentarem boa rentabilidade, os cafés especiais não são afetados pelas oscilações das bolsas de valores, lembra o diretor da CNA, Breno Mesquita, que também é da diretoria da Faemg.

Segundo Msquita, o Brasil sempre se destacou como grande produtor de café commodity, cotado na bolsa de Nova York, e tem sofrido com as frequentes variações do mercado.

Agora, é preciso evidenciar que o país é referência também em qualidade, e mostrar ao mundo o diferencial dos cafés produzidos no país, acrescentou.

Os maiores consumidores de cafés especiais brasileiros são Japão, Estados Unidos e União Europeia, enquanto o consumo doméstico da bebida de qualidade ainda é bastante reduzido, mas com muito potencial para crescer.

Estima-se que das 20 milhões de sacas de café consumidas por ano no país, apenas 1 milhão sejam de cafés especiais.

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Representantes da cadeia produtiva do café têm encontro marcado em Belo Horizonte, de 24 a 26 deste mês, durante a Semana Internacional do Café.

Eles vão discutir novas oportunidades de mercado para o produto, com ganhos de qualidade, e traçar estratégias para driblar a crise econômica, informou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária Mineira (Faemg), Roberto Simões.

O encontro coincide com o encerramento da safra do grão, quando grande volume do produto chega ao mercado.

É um momento oportuno para que todos dialoguem sobre os desafios do mercado, disse o diretor da Comissão de Cafeicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita.

Maior produtor e exportador mundial de café – mais de 50% em Minas Gerais – o Brasil colheu no ano passado 45,34 milhões de sacas de 60 quilos (kg) do produto, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e está colhendo algo em torno de 44 milhões de sacas neste ano. Os números finais serão divulgados no próximo dia 29.

Além da crise econômica, com reflexos nos custos de produção, Roberto Simões atribui a quebra de safra de café a problemas climáticos.

Segundo ele, longas estiagens, com temperaturas acima da média histórica, contribuíram para a ocorrência de grãos menores e consequente perda de qualidade.

Isso acarretou em queda dos preços e prejuízo para os produtores, que precisam elencar prioridades e alternativas rentáveis não suscetíveis às variações do mercado, de acordo com Simões.

A melhor aposta, no seu entendimento, é a produção de cafés especiais, que têm posto em evidência algumas regiões produtoras – Triângulo Mineiro e oeste baiano, entre outras – para as quais se cogita, inclusive, o selo de identificação de origem.

Segundo o presidente da Faemg, a produção de cafés especiais no Brasil ainda é pequena, mas tem crescido ano a ano, e a  Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA na sigla em inglês para Brazil Speciality Coffe Association) assegura que cerca de 10% da produção nacional já são de qualidade superior.

Simões cita dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), segundo os quais o preço médio de venda das sacas de café no mercado de commodities (produtos básicos com cotação internacional), de janeiro a julho deste ano, foi US$ 176,58.

Os “naturais médios” alcançaram US$ 156,51 enquanto os “especiais” atingiram US$ 229,37.

O preço, por sí só, é bastante atraente para estimular o cafeicultor, pois além de apresentarem boa rentabilidade, os cafés especiais não são afetados pelas oscilações das bolsas de valores, lembra o diretor da CNA, Breno Mesquita, que também é da diretoria da Faemg.

Segundo Msquita, o Brasil sempre se destacou como grande produtor de café commodity, cotado na bolsa de Nova York, e tem sofrido com as frequentes variações do mercado.

Agora, é preciso evidenciar que o país é referência também em qualidade, e mostrar ao mundo o diferencial dos cafés produzidos no país, acrescentou.

Os maiores consumidores de cafés especiais brasileiros são Japão, Estados Unidos e União Europeia, enquanto o consumo doméstico da bebida de qualidade ainda é bastante reduzido, mas com muito potencial para crescer.

Estima-se que das 20 milhões de sacas de café consumidas por ano no país, apenas 1 milhão sejam de cafés especiais.

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