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Procuradoria pede análise das caixas "praia" e "sítio" de Lula

Caixas estão guardadas na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e seriam referências ao tríplex do Guarujá e ao Sítio Santa Bárbara

Lula: outra parte dos bens é chamada pelo petista de "tralhas"

Lula: outra parte dos bens é chamada pelo petista de "tralhas"

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de novembro de 2016 às 12h09.

São Paulo - A força-tarefa da Operação Lava Jato pediu ao juiz federal Sérgio Moro que determine uma análise do conteúdo das caixas "praia" e "sítio".

Elas estão guardadas na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), e contêm parte do acervo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003/2010).

Uma outra parte dos bens que o petista chama de "tralhas" e alega ter recebido de presente quando exerceu seus dois mandatos está acondicionada em um cofre no Banco do Brasil, no Centro velho de São Paulo.

"Praia" e "sítio" seriam referências ao tríplex do Guarujá e ao Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior paulista, segundo os investigadores da Lava Jato. Os dois imóveis são alvo de investigação sobre o ex-presidente.

Lula é acusado corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema de cartel e propinas na Petrobras. Denúncia do Ministério Público Federal sustenta que ele recebeu R$ 3,7 milhões em propinas - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção na estatal petrolífera - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.

As acusações contra Lula são relativas ao suposto recebimento de vantagens ilícitas da OAS por meio de um tríplex no Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral de São Paulo, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantidos pela Granero de 2011 a 2016.

O petista também é investigado pela suposta propriedade do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia. Os investigadores suspeitam que o petista é o verdadeiro dono da propriedade rural que recebeu benfeitorias patrocinadas por empreiteiras, entre elas a OAS e a Odebrecht, e pelo pecuarista José Carlos Bumlai - amigo do ex-presidente que foi preso no dia 24 de novembro na Operação Passe Livre, desdobramento da Lava Jato.

Em ofício a Moro, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC pediu que "o depósito onde estão armazenados os bens do acervo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anteriormente armazenados na Granero Transportes fosse liberado. O sindicato informou que o local está lacrado.

A PF afirmou em laudo anexado à Lava Jato que o depósito "não possui condições de segurança que permitam que seja lacrado, haja vista que o local é compartilhado com outras utilizações".

Com base no laudo da Federal, a Procuradoria da República pediu "a intimação do solicitante (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) para que informe se há separação física do local onde estão armazenados os bens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (mediante comprovação fotográfica, inclusive), pugna seja determinada a preservação física das caixas, no estado em que se encontram, uma vez que se trata de elementos probatórios de crimes em apuração na ação penal".

"Ao mesmo tempo, requer a intimação da autoridade policial subscritora do laudo para que informe se e em que termos foi realizada a lacração do depósito", diz o ofício da força-tarefa.

"Considerando o constante da decisão prolatada, requer seja determinada a verificação e análise do conteúdo, ainda que por amostragem, das caixas em que estão grafadas as palavras 'Praia' e 'Sítio', tendo em vista possível interesse dos objetos para as investigações em curso." Lula sempre negou ser proprietário do apartamento do Guarujá e do sítio localizado em Atibaia.

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