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Procurado, Maluf silencia sobre contas no exterior

Desde que as suspeitas sobre o uso de paraísos fiscais surgiu, no início da década passada, o atual deputado Paulo Maluf sempre negou ter contas no exterior

Maluf: no processo em Jersey, os advogados da offshore ligada à família do ex-prefeito admitem que ele recebeu comissões em contas da ilha (José Reynaldo da Fonseca/Wikimedia Commons)

Maluf: no processo em Jersey, os advogados da offshore ligada à família do ex-prefeito admitem que ele recebeu comissões em contas da ilha (José Reynaldo da Fonseca/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 10h05.

Jersey - O ex-prefeito Paulo Maluf, hoje deputado federal pelo PP, não se pronunciou ontem sobre as alegações de advogados que representam a offshore ligada à sua família no processo em que a Prefeitura de São Paulo tenta repatriar US$ 22 milhões. A reportagem entrou em contato com seus assessores mas não obteve resposta até o momento. Desde que as suspeitas sobre o uso de paraísos fiscais surgiu, no início da década passada, Maluf sempre negou ter contas no exterior.

No processo em Jersey, os advogados da offshore ligada à família do ex-prefeito admitem que ele recebeu comissões em contas da ilha, mas dizem que as transações nada tinham a ver com acusações de corrupção. A defesa afirmou que foram usados doleiros para enviar dinheiro ao exterior mas rejeitam a suspeita de que os recursos tenham vindo de verbas públicas. A defesa apontou ainda que, no Brasil, "doleiros eram aceitos pela sociedade como uma maneira de enviar dinheiro ao exterior".

E apelou aos juízes para que "avaliem o caso sem emoção". Insistiu, também, que, mesmo que tenham existido as transferências ao exterior e que haja indícios de fraude em São Paulo, não há prova de que o dinheiro saiu de cofres públicos.

Um dos argumentos do advogado David Steenson - que representa a empresa Durant, cujo diretor foi Flávio Maluf - é que as transações apresentadas não são necessariamente subornos e a prefeitura "fracassou" em provar isso. Steenson alegou que a conta Chanani, no Safra National Bank de Nova York, era apenas uma conta por onde eram movimentados no exterior os ativos de doleiros e de Maluf.

Em nenhum momento Steenson lembrou das tradicionais frases de Maluf, de que "não tem" contas no exterior. Ao juiz, tentou provar que "os documentos não explicam nada. Nem de onde veio o dinheiro e nem para onde foi". "Pode até existir algum tipo de fraude em São Paulo. Mas não há provas." Para concluir, insistiu que Maluf não teve chance de se defender. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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