Brasil

Diretor afastado da Eletronuclear recebeu R$ 4,5 mi, diz PF

Segundo o procurador Athayde Ribeiro Costa o repasse de recurso ao diretor-presidente da Eletronuclear ocorreu até dezembro do ano passado


	Othon da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear: a 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radioatividade, foi desencadeada a partir do depoimento do executivo da Camargo Corrêa Dalton Avancini
 (Agência Câmara)

Othon da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear: a 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radioatividade, foi desencadeada a partir do depoimento do executivo da Camargo Corrêa Dalton Avancini (Agência Câmara)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2015 às 11h43.

Alvo da 16ª fase da Operação Lava Jato, o diretor-presidente licenciado da Eletronuclear e vice-almirante da Marinha Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso hoje (28) pela Polícia Federal (PF), é suspeito de ter recebido cerca de R$ 4,5 milhões de propina do consórcio vencedor da licitação para execução da montagem da usina nuclear Angra 3, segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal. 

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, o consórcio formado pela empresas Camargo Corrêa, UTC, Andrade Gutierrez, Odebrecht, EBE e Queiroz Galvão repassava recursos para empresas intermediárias, que repassavam a propina para Othon Luiz Pinheiro da Silva.

Segundo o procurador Athayde Ribeiro Costa, que integra a força-tarefa, o repasse de recurso ao diretor-presidente da Eletronuclear ocorreu até dezembro do ano passado, nove meses depois de deflagrada a Lava Jato e após a prisão de vários empreiteiros.

“Há indícios de pagamento de propina por parte da Andrade Gutierrez em contratos desde 2009 para uma empresa de propriedade de Othon Luiz. Os elementos indicam que Othon Luiz recebeu R$ 4,5 milhões”, disse.

“A corrupção no Brasil é endêmica e está espalhada por vários órgãos, em metástase”, acrescentou o procurador, comparando a corrupção ao momento em que o câncer se espalha por vários órgãos do corpo.

A 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radioatividade, foi desencadeada a partir do depoimento do executivo da Camargo Corrêa Dalton Avancini, que assinou acordo de delação premiada com a Justiça Federal.

Na delação, ele revelou a existência de um cartel nas contratações de obras da Angra 3 e chegou a citar Othon Luiz Silva como beneficiário de propinas.

Na ocasião, Silva negou ter participado ou conhecimento de qualquer irregularidade. Em nota à época, ele afirmou que jamais recebeu propina e que vive de sua aposentadoria da Marinha e de seus vencimentos como presidente da Eletronuclear.

“A palavra do colaborador não leva a prisão, mesmo que temporária. Fizemos o nosso trabalho e levantamos as confirmações”, explicou o procurador.

Os presos serão levados hoje para Curitiba, onde se concentram os processos da Lava Jato. De acordo com a PF, a previsão é que cheguem à capital paranaense por volta das 20h e já prestem depoimento amanhã (29).

Acompanhe tudo sobre:EletronuclearEmpresasEmpresas estataisEstatais brasileirasMinistério PúblicoOperação Lava Jato

Mais de Brasil

Veja os melhores horários para viajar no Natal em SP, segundo estimativas da Artesp

Acesso à coleta de esgoto cresce e chega a 69,9% dos domicílios em 2023, diz IBGE

Proporção de pessoas que moram sozinhas sobe de 12% a 18% em uma década, diz IBGE

Quase metade das residências no país tem carro, e acesso a motos cresce, diz IBGE