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Presidente de comissão da CBF deixa cargo após denúncia

Aristeu Tavares, presidente da comissão de arbitragem, pediu demissão após ter dito a um jornal que árbitros brasileiros podiam estar envolvidos na armação de partidas


	Futebol: Tavares ocupava o posto na CBF desde o ano passado
 (Getty Images)

Futebol: Tavares ocupava o posto na CBF desde o ano passado (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2013 às 21h00.

Rio de Janeiro - O presidente da comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Aristeu Leonardo Tavares, deixou o cargo nesta terça-feira, depois de uma entrevista na qual revela a possível manipulação de resultados no país.

Aristeu teria dito ao jornal de Goiás "O Popular" que havia suspeitas de envolvimento de árbitros brasileiros na armação de partidas e que as denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público para investigação.

A saída de Aristeu Tavares foi confirmada pelo vice-presidente da CBF Marco Polo Del Nero. "Ele pediu demissão após uma conversa com ele", disse a jornalistas o dirigente, que preside a Federação Paulista de Futebol e é integrante do comitê executivo da Fifa.

Ao ser questionado se a entrevista foi a causa da demissão do presidente da comissão de arbitragem, Del Nero não quis confirmar.

"Não foi discutido nada. Ele só pediu demissão...ele não fez alegação nenhuma, só pediu exoneração", afirmou.

A CBF apontou Edson Rezende, corregedor da comissão de arbitragem e ex-presidente do órgão, para assumir interinamente o cargo de presidente.

Aristeu Tavares havia assumido o posto no ano passado após reclamações e insatisfação dos clubes com os erros de arbitragem no futebol brasileiro.

Na entrevista ao jornal de Goiás, Tavares revelou a suspeita sobre a possível participação de árbitros brasileiros no esquema de manipulação de jogos. Segundo ele, a CBF está acompanhando o andamento do caso e dando o respaldo necessário à comissão de arbitragem.


"Existem denúncias e, repito, foram de pronto encaminhamento para o Ministério Público, que é o órgão fiscal da lei. Eu esperei virar o ano, ver as denúncias e as coletas de provas. Eu quero acompanhar isso. Vou pedir para verificar com o Ministério Público como que está isso, se houve evolução", disse ele, segundo o jornal.

"Temos de acompanhar. É uma obrigação nossa. Somos fiscais da moralidade da arbitragem nacional. Posso dizer que a CBF tem colocado ferramentas à disposição, inclusive da população, para fiscalizar isso", acrescentou ele, que também disse que os árbitros suspeitos continuam atuando no futebol brasileiro, mas sendo vigiados.

Em 2005, 11 jogos do Campeonato Brasileiro foram anulados depois da denúncia de que o árbitro Edílson Pereira de Carvalho estava envolvido com uma máfia de apostas. O árbitro que integrou os quadros da Fifa foi banido do futebol.

O esquema de manipulação de resultados está no centro de uma investigação na Europa.

Neste mês, a agência europeia anticrime, a Europol, culpou organizações criminosas com base em Cingapura pela manipulação de resultados de centenas de jogos ao longo de três anos, desde 2008.

Investigadores europeus descobriram evidências de que centenas de resultados de jogos de futebol de clubes e seleções nacionais, em nível mundial, foram arranjados previamente. Foram identificadas cerca de 680 partidas suspeitas, sendo que 380 se realizaram na Europa e outras 300 na África, Ásia e América do Sul e Central.

O relatório da Europol afirmou que a polícia alemã tem provas de que essas fraudes renderam ganhos de 8 milhões de euros (11 milhões de dólares).

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