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Prefeitura do Rio recorre de decisão que suspende flexibilização

Atividades liberadas desde semana passada na capital voltam a ser proibidas por decisão da Justiça

O prefeito Marcelo Crivella concede coletiva de imprensa, no Riocentro no Rio de Janeiro (RJ), nesta segunda-feira (25). Dentre os assuntos pautados estavam a possbilidade de liberação de clubes de futebol, onde foi acordado com os mesmos que a abetura se dará em junho, ficando funcionando apenas os serviços de fisioterapia dos clubes, e a possibilidade de abertura de algumas atividades comerciais conforme a curva da pandemia da Covid-19, do novo coronavírus, diminua. (SAULO ANGELO/Estadão Conteúdo)
AO

Agência O Globo

Publicado em 9 de junho de 2020 às 11h54.

A prefeitura do Rio entrou com recurso para derrubar a decisão da Justiça, que suspendeu, parcialmente, o plano de reabertura gradual da cidade e do estado. O governo estadual
também vai recorrer. Na quarta-feira, haverá uma audiência entre as partes.

Na segunda-feira, o juiz Bruno Bodart da Costa, da 7ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça, derrubou trechos dos decretos municipal e estadual que flexibilizavam as medidas de isolamento social no combate ao novo coronavírus.

Dessa forma, as atividades que começaram a ser liberadas na semana passada voltaram a ser proibidas, como caminhadas na orla, atividades esportivas individuais no mar, abertura de lojas de móveis e concessionárias e funcionamento de shoppings. Apesar da decisão, o Rio amanheceu com surfistas no mar da Zona Sul, pessoas se exercitando no calçadão da praia e na areia, que sempre esteve proibida.

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As atividades consideradas essenciais continuam valendo de acordo com os decretos anteriores.A liberação dos ônibus intermunicipais também foi mantida.

Na decisão, o juiz Bruno Vinicius da Rós Bodart ainda determinou que governo do estado fiscalize "de forma efetiva o cumprimento das medidas de isolamento social, por meio dos órgãos estaduais com poder de polícia para vigilância, fiscalização e controle, de forma coordenada com os Municípios".

O magistrado requer que a prefeitura e Palácio Guanabara apresentem estudos que justifiquem as novas medidas de afrouxamento.

" Exigir dos gestores públicos que a atividade regulatória seja baseada em evidências, tal como se exige dos profissionais da Medicina em sua área de atuação. A sociedade não pode ser submetida a decisões sensíveis adotadas com base no puro arbítrio político do regulador, assim como não se admite a submissão de um paciente ao curandeirismo", diz trecho da decisão.

Segundo o Palácio Guanabara, "a decisão de permitir a reabertura gradual de setores e atividades econômicas levou em consideração a redução do número diário de óbitos e de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A Secretaria de Estado de Saúde fará o monitoramento constante da taxa de incidência da Covid-19 para reanálise."

Nas últimas semanas, a comunidade científica tem se posicionado contrária ao afrouxamento da quarentena. A UFRJ e a Uerj publicaram notas criticando a decisão dos governos estadual e municipal. Os especialistas argumental que o estado e a capital ainda não cumprem os parâmetros necessários para dar início à flexibilização de forma segura.

Caso descumpram a ordem judicial, o juiz fixou uma multa de R$ 50 mil para Wilson Witzel e Marcelo Crivella.

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