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Temer faz nomeação política para os Correios e se contradiz

Temer prometeu acabar com nomeações políticas, mas indicou presidente interino do PSD, partido de Kassab, para os Correios

Guilherme Campos Junior, do PSD, foi nomeado para presidir os Correios, que faz parte do Ministério de Comunicações, presidido por Kassab (Câmara dos Deputados/Lucio Bernardo Junior/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2016 às 08h48.

Brasília - Três dias após anunciar a suspensão de todas as nomeações políticas para estatais , bancos públicos e fundos de pensão, o presidente em exercício Michel Temer nomeou Guilherme Campos Júnior para a presidência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).

Campos é ex-deputado e presidente interino do PSD , partido do ministro das Comunicações, Gilberto Kassab , a quem a ECT está vinculada.

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, tentou justificar a decisão de Temer alegando que "as empresas públicas não podem ficar acéfalas".

Geddel acrescentou que a indicação de Campos já havia sido negociado anteriormente e deveria ter saído desde o dia 18 de maio. "Se demorar muito (a aprovação do texto pelo Congresso), vamos ter de nomear".

Pelo texto do projeto de lei que já foi aprovado no Senado e está em apreciação agora na Câmara, as vagas de presidente e diretor de estatal ou banco e as dos integrantes dos conselhos de administração das empresas só poderiam ser ocupadas por quem deixou de ser dirigente partidário há pelo menos três anos - o que não é o caso de Campos.

Esse trecho do projeto, no entanto, poderá ser alterado no projeto de lei por pressão dos partidos da base aliada.

O projeto diz ainda que os cargos só poderão ser ocupados por quem tiver experiência de dez anos no setor público ou em área privada conexa à da empresa que o indicado irá comandar - o que novamente não é o caso de Campos.

Ao defender a indicação do novo presidente da ECT, Geddel lembrou que publicação do nome dele no Diário Oficial da União atrasou porque existiam algumas pendências.

E avisou que, no caso dele, "não dava para mudar mais" porque já estava tudo acertado desde a primeira semana de governo.

Ontem mesmo Campos tomou posse no cargo, em cerimônia com a presença de seu padrinho político, Gilberto Kassab. Até agora, os Correios estavam sendo controlados por indicados pelo PDT.

Contradições

A nomeação de Campos não foi o único anúncio feito por Temer que contraria suas próprias decisões. No dia seguinte à sua posse, foi anunciado o corte de 4.000 cargos. Nas semanas seguintes, no entanto, foi aprovada a criação de 14 mil postos.

Outro gesto de Temer que foi na contramão do seu discurso foi apoiar no Congresso o projeto de aumento médio de 21 % para os três Poderes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Campos é ex-deputado e presidente interino do PSD , partido do ministro das Comunicações, Gilberto Kassab , a quem a ECT está vinculada.

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, tentou justificar a decisão de Temer alegando que "as empresas públicas não podem ficar acéfalas".

Geddel acrescentou que a indicação de Campos já havia sido negociado anteriormente e deveria ter saído desde o dia 18 de maio. "Se demorar muito (a aprovação do texto pelo Congresso), vamos ter de nomear".

Pelo texto do projeto de lei que já foi aprovado no Senado e está em apreciação agora na Câmara, as vagas de presidente e diretor de estatal ou banco e as dos integrantes dos conselhos de administração das empresas só poderiam ser ocupadas por quem deixou de ser dirigente partidário há pelo menos três anos - o que não é o caso de Campos.

Esse trecho do projeto, no entanto, poderá ser alterado no projeto de lei por pressão dos partidos da base aliada.

O projeto diz ainda que os cargos só poderão ser ocupados por quem tiver experiência de dez anos no setor público ou em área privada conexa à da empresa que o indicado irá comandar - o que novamente não é o caso de Campos.

Ao defender a indicação do novo presidente da ECT, Geddel lembrou que publicação do nome dele no Diário Oficial da União atrasou porque existiam algumas pendências.

E avisou que, no caso dele, "não dava para mudar mais" porque já estava tudo acertado desde a primeira semana de governo.

Ontem mesmo Campos tomou posse no cargo, em cerimônia com a presença de seu padrinho político, Gilberto Kassab. Até agora, os Correios estavam sendo controlados por indicados pelo PDT.

Contradições

A nomeação de Campos não foi o único anúncio feito por Temer que contraria suas próprias decisões. No dia seguinte à sua posse, foi anunciado o corte de 4.000 cargos. Nas semanas seguintes, no entanto, foi aprovada a criação de 14 mil postos.

Outro gesto de Temer que foi na contramão do seu discurso foi apoiar no Congresso o projeto de aumento médio de 21 % para os três Poderes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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