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Polícia Federal vai apurar contas secretas no HSBC

Nada menos do que 6,6 mil contas bancárias abertas no HSBC, na Suíça, pertencentes a 4,8 mil cidadãos de nacionalidade brasileira, estavam fora dos registros


	HSBC: entrada da PF no caso é uma determinação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

HSBC: entrada da PF no caso é uma determinação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2015 às 11h14.

Brasília - A Polícia Federal vai apurar a prática de possíveis atos ilícitos nas contas secretas mantidas pelo banco HSBC, na Suíça. A entrada da PF no caso é uma determinação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em decisão neste sábado (28). Segundo nota oficial do Ministério da Justiça, a Polícia Federal vai entrar no caso que ficou "conhecido como Swissleaks".

A determinação de Cardozo ao diretor-geral do Departamento da Polícia Federal, Leandro Daiello, é "que se faça análise, apuração de eventuais ilícitos e adoção de providências cabíveis", de acordo com a nota.

Antes do ministro da Justiça, a Receita Federal já tinha entrado no caso. Há uma semana, o Fisco anunciou seu acesso a parte da lista de cidadãos brasileiros que "supostamente possuíam relacionamento financeiro com aquela instituição financeira na Suíça".

Nada menos do que 6,6 mil contas bancárias abertas no HSBC, na Suíça, pertencentes a 4,8 mil cidadãos de nacionalidade brasileira, estavam fora dos registros. A informação foi revelada no caso chamado "Swissleaks" pelo International Consortium of Investigative Journalism (ICIJ) há quase 15 dias. Essas contas totalizariam saldo de cerca de US$ 7 bilhões entre 2006 e 2007.

Lava Jato

A Receita abriu investigação para apurar "hipóteses de omissão ou incompatibilidade de informações" prestadas ao Fisco por brasileiros correntistas do HSBC na Suíça - entre eles há investigados na Operação Lava Jato. Em delação premiada firmada com o Ministério Público Federal, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco admitiu que recebeu propina de cerca de US$ 6 milhões em uma conta bancária aberta no banco em Genebra.

CPI

Na sexta-feira foi lido no plenário do Senado o pedido de criação de uma CPI para investigar supostas irregularidades cometidas por correntistas brasileiros na movimentação de recursos na filial do banco HSBC na Suíça. A proposta de comissão foi apresentada na quinta-feira passada pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) com 33 assinaturas, seis a mais do que o mínimo necessário pelo regimento interno da Casa.

O pedido de criação da CPI teve apoio de senadores da base aliada e da oposição, como o líder do PT, Humberto Costa (PE), Romero Jucá (PMDB-RR) e Davi Alcolumbre (DEM-AP). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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