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Polícia Federal deixa para amanhã depoimento de Mário Goes

A Polícia Federal transferiu o depoimento do empresário, preso na Lava Jato, acusado de intermediar pagamento de propina entre empresa e a Petrobras


	Agentes da Polícia Federal durante a Operação Lava Jato, em São Paulo
 (Nacho Doce/Reuters)

Agentes da Polícia Federal durante a Operação Lava Jato, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2015 às 18h17.

A Polícia Federal transferiu para amanhã (10) o depoimento do empresário Mário Goes, preso na nona fase da Operação Lava Jato. Ele é acusado de intermediar pagamento de propina entre a empresa Arxo Industrial e a BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.

A mudança da data foi confirmada pela advogada do investigado, Lívia Novak.

Segundo o Ministério Público Federal, Goes operava um esquema de corrupção na Petrobras usando a mesma forma de atuação do doleiro Alberto Youssef e do empresário Fernando Baiano: recolhendo propina de empresas privadas para agentes da estatal e ocultando a origem dos recursos.

A advogada afirmou que nunca existiu relação comercial ou social de Goes com os sócios da Arxo. "Tudo isso vai ser esclarecido. Ele não tem nada a ver com isso. Ele não é operador do esquema", disse.

Goes apareceu nas investigações por meio de delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e de depoimento espontâneo de Cíntia Provesi Francisco, ex-funcionária da Arxo Industrial, cujos sócios foram presos, acusados de pagar propina à BR Distribuidora.

Com o dinheiro oriundo de pagamentos indevidos, Goes é suspeito da compra de um avião particular, registrado em nome de sua empresa, a Riomarine Óleo e Gás, que presta consultoria na área.

A ex-funcionária da Arxo afirmou que os pagamentos de propina eram intermediados por Mário Goes. Para dar aparência de licitude aos contratos, a Arxo usava notas fiscais frias compradas de terceiros, segundo a denúncia.

Barusco disse que havia um "encontro de contas" entre ele e Goes, nos quais eram entregues "mochilas com grandes valores de propina, em espécie", que variavam entre R$ 300 mil e R$ 400 mil. No local, era feita a conferência de cada contrato, contabilizando-se as propinas pagas e as pendentes.

De acordo com o Ministério Público Federal, Gilson João Pereira e João Gualberto Pereira, sócios da Arxo, e Sergio Ambrosio Marçaneiro, diretor financeiro, pagavam propina para obter contratos com a BR Distribuidora.

Todos estão presos na Polícia Federal em Curitiba. Os pagamentos ocorreriam em contratos com a BR Aviation, empresa da Petrobras especializada no abastecimento de aeronaves. A Arxo vende tanques de combustíveis e caminhões-tanque. Os advogados da Arxo negam pagamento de propina.

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