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PMs em greve deixam Assembleia e movimento pode acabar

Os policiais militares, em greve desde o dia 31 de janeiro, devem realizar uma assembleia para decidir se põem fim ou não ao movimento

Oficiais da Polícia dirigem seus carros à medida que saem da Assembleia Legislativa na Bahia, onde protestavam por maioresa salários, em Salvador (Reuters)

Oficiais da Polícia dirigem seus carros à medida que saem da Assembleia Legislativa na Bahia, onde protestavam por maioresa salários, em Salvador (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2012 às 18h29.

Salvador - Os policiais amotinados e familiares que ocupavam a Assembleia Legislativa da Bahia deixaram o local pacificamente na manhã desta quinta-feira e dois líderes da paralisação foram presos pelo Exército.

Os policiais militares, em greve desde o dia 31 de janeiro, devem realizar uma assembleia na tarde desta quinta em Salvador para decidir se põem fim ou não ao movimento.

De acordo com o tenente-coronel Márcio Cunha, diretor de Comunicação Social da 6a Região do Exército em Salvador, deixaram a sede da Assembleia Legislativa 245 pessoas que ocupavam o local desde o início do movimento e foram presos o líder da greve, Marco Prisco, e outro dirigente do grupo, Antônio Paulo Angelini.

Cunha disse que eles foram conduzidos a instalações do Batalhão da Polícia do Exército, em Salvador, após um acordo com a Secretaria de Segurança Pública para que ambos saíssem pela parte de trás do prédio da Assembleia.

Seus nomes constavam da lista de 12 mandados de prisão solicitados pelo Ministério Público Estadual e expedidos pela Justiça.

O governo informou que as cinco primeiras pessoas começaram a sair do prédio a partir das 0h30, depois de terem sido informadas de reportagem veiculada no Jornal Nacional, da Rede Globo, que provaria que Prisco, expulso da Polícia Militar após uma greve em 2001, comandou atos de vandalismo praticados em Salvador desde 2 de fevereiro.

Nesta quinta, durante visita a obras da ferrovia Transnordestina, em Parnamirim (PE), a presidente Dilma Rousseff se disse "estarrecida" com as informações de que PMs teriam promovido atos de vandalismo e posicionou-se contra uma anistia a policiais que tenham cometido crimes.

"Numa democracia você sempre tem que considerar legítimas as reivindicações, mas há formas de reivindicar, e eu não considero que aumento de homicídio na rua, queima de ônibus, entrada em ônibus encapuzado seja uma forma correta de conduzir um movimento", disse.

"Atos ilícitos, crimes contra o patrimônio, crimes contra a pessoa, crimes contra a ordem pública não podem ser anistiados. Se você anistiar, aí vira um país sem regra."


Danos ao turismo

A paralisação da Polícia Militar da Bahia tirou parte do brilho das tradicionais festas pré-Carnaval de Salvador e, a dez dias do início da festa, já tinha impacto negativo na época mais lucrativa para o turismo da cidade.

Desde o início da greve, foram registrados 150 homicídios no Estado e a paralisação da polícia elevou os índices de roubos, assaltos e homicídios da Bahia, Estado que tem uma das maiores taxas de criminalidade do país.

Mais de 3 mil homens das Forças Armadas, da Polícia Federal e da Força Nacional de segurança Pública foram enviados às ruas da Bahia para manter a ordem durante a greve, que era apoiada por cerca de 20 por cento dos 31 mil policiais militares, segundo estimativas da PM baiana.

Nesta quinta o clima era de tranquilidade nos principais pontos turísticos da capital baiana, como o Pelourinho e o Farol da Barra. Ao menos nessas regiões, os turistas caminhavam tranquilamente sob a vigilância das tropas federais.

Os policiais grevistas pedem reajuste salarial e incremento nas gratificações. A principal reivindicação e que tem gerado impasse, no entanto, é o pedido de revogação dos mandados de prisão aos líderes do movimento e a concessão de anistia aos grevistas.

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