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PMDB: o tamanho do partido que agora comanda o país

Nos últimos anos, o PMDB apostou nos bastidores da política e se tornou o mais importante partido do Brasil. Agora, tem que mostrar ao que veio

Presidente interino do Brasil, Michel Temer, dia 12/05/2016 (Adriano Machado / Reuters)

Valéria Bretas

Publicado em 15 de maio de 2016 às 09h14.

São Paulo – Com a entrada de Michel Temer na presidência da República, o PMDB , que já respondia pela maior bancada no Congresso Nacional, reforça ainda mais a sua força como principal legenda do país.

Apesar de sua pujança nas esferas legislativas e nos governos locais, desde a redemocratização, o PMDB só apresentou em duas ocasições candidatos à presidência. Em ambas sofreu duras derrotas. Mesmo assim, somando com Temer, emplacou três filiados no cargo - todos empossados para substituir chefes do Executivo eleitos.

O cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que como a gestão econômica de Sarney (1985-1990) - que assumiu a presidência em substituição a Tancredo Neves - foi um fracasso, a imagem do PMDB foi prejudicada. Vale lembrar que no fim de seu mandato, a inflação chegou a ultrapassar 1620,97% no acumulado de um ano.

“O reflexo veio em 1989, na primeira eleição direta pós-ditadura, quando Ulysses Guimarães foi o candidato do partido e sofreu uma derrota esmagadora”, afirma Pereira. Na época, o político recebeu apenas 4,7% dos votos.

Anos depois, em 1994, a sigla perdeu, mais uma vez, a disputa eleitoral. “A partir deste momento, o PMDB decidiu adotar uma estratégia de ser o coadjuvante em vez do protagonista”, diz Pereira, da FGV. “Desde então, apoiando o partido vencedor das eleições, ele voltou a aumentar a sua bancada no Congresso”.

De acordo com o estudo “Os Ministros da Nova República — Notas para Entender a Democratização do Poder Executivo”, entre os mandatos de Sarney (1985) e Lula (2010), o PMDB foi o partido que mais ocupou pastas ministeriais.

A história se repetiu nos dois mandatos da presidente Dilma Rousseff. No primeiro, o PMDB concentrou 6 ministérios. Já no segundo mandato, até ser afastada do cargo na última semana, a legenda ocupava 7 pastas.

No governo Temer, seis ministérios são ocupados por peemedebistas. Mesmo assim, a equipe do presidente interino é a mais coerente com o Congresso - em termos partidários -  desde a redemocratização, segundo análise da consultoria Pulso Público.

Se Michel Temer fizer um governo bem sucedido, o PMDB deve abandonar sua zona de conforto como coadjuvante e partir para a briga eleitoral de 2018. “Uma vez que a presidência caiu por acidente no colo de Michel Temer, o PMDB será obrigado a trilhar o caminho presidencial”, diz o cientista político Carlos Pereira.

No entanto, vale lembrar que o peemedebista garantiu ao PSDB que não iria buscar a reeleição. Só o tempo revelará as ambições políticos da principal legenda do país.

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São Paulo – Com a entrada de Michel Temer na presidência da República, o PMDB , que já respondia pela maior bancada no Congresso Nacional, reforça ainda mais a sua força como principal legenda do país.

Apesar de sua pujança nas esferas legislativas e nos governos locais, desde a redemocratização, o PMDB só apresentou em duas ocasições candidatos à presidência. Em ambas sofreu duras derrotas. Mesmo assim, somando com Temer, emplacou três filiados no cargo - todos empossados para substituir chefes do Executivo eleitos.

O cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que como a gestão econômica de Sarney (1985-1990) - que assumiu a presidência em substituição a Tancredo Neves - foi um fracasso, a imagem do PMDB foi prejudicada. Vale lembrar que no fim de seu mandato, a inflação chegou a ultrapassar 1620,97% no acumulado de um ano.

“O reflexo veio em 1989, na primeira eleição direta pós-ditadura, quando Ulysses Guimarães foi o candidato do partido e sofreu uma derrota esmagadora”, afirma Pereira. Na época, o político recebeu apenas 4,7% dos votos.

Anos depois, em 1994, a sigla perdeu, mais uma vez, a disputa eleitoral. “A partir deste momento, o PMDB decidiu adotar uma estratégia de ser o coadjuvante em vez do protagonista”, diz Pereira, da FGV. “Desde então, apoiando o partido vencedor das eleições, ele voltou a aumentar a sua bancada no Congresso”.

De acordo com o estudo “Os Ministros da Nova República — Notas para Entender a Democratização do Poder Executivo”, entre os mandatos de Sarney (1985) e Lula (2010), o PMDB foi o partido que mais ocupou pastas ministeriais.

A história se repetiu nos dois mandatos da presidente Dilma Rousseff. No primeiro, o PMDB concentrou 6 ministérios. Já no segundo mandato, até ser afastada do cargo na última semana, a legenda ocupava 7 pastas.

No governo Temer, seis ministérios são ocupados por peemedebistas. Mesmo assim, a equipe do presidente interino é a mais coerente com o Congresso - em termos partidários -  desde a redemocratização, segundo análise da consultoria Pulso Público.

Se Michel Temer fizer um governo bem sucedido, o PMDB deve abandonar sua zona de conforto como coadjuvante e partir para a briga eleitoral de 2018. “Uma vez que a presidência caiu por acidente no colo de Michel Temer, o PMDB será obrigado a trilhar o caminho presidencial”, diz o cientista político Carlos Pereira.

No entanto, vale lembrar que o peemedebista garantiu ao PSDB que não iria buscar a reeleição. Só o tempo revelará as ambições políticos da principal legenda do país.

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