Brasil

PM estima que 3 mil pessoas tenham depredado o centro do Rio

Pelo menos 40 pessoas ficaram feridas e oito foram presas, sendo três adolescentes


	Manifestantes colocam fogo em latas de lixo: na tentativa de identificar os criminosos que agiram ontem, estão sendo analisadas imagens de câmeras de segurança.
 (Tomaz Silva/ABr)

Manifestantes colocam fogo em latas de lixo: na tentativa de identificar os criminosos que agiram ontem, estão sendo analisadas imagens de câmeras de segurança. (Tomaz Silva/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2013 às 16h14.

Rio de Janeiro – O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, disse hoje (21) que a inteligência policial não trabalha mais com o conceito de minoria para se referir aos vândalos que depredaram o centro da cidade do Rio. A estimativa é que mais de 3 mil pessoas tenham atacado e saqueado lojas, agências bancárias e uma escola municipal.

Pelo menos 40 pessoas ficaram feridas e oito foram presas, sendo três adolescentes. Durante a confusão, a imprensa foi atacada. Um carro de reportagem do SBT foi incendiado e houve quem tentassde invadir a sede do jornal O Globo, na Rua Irineu Marinho, próximo a prefeitura do Rio. Um repórter da GloboNews foi atingido na testa por bala de borracha.

"A expressão minoria tem que ser pensada. Uma minoria, não sei se produziria o Rio de Janeiro que a gente viu", disse Beltrame. "Talvez seja uma minoria frente a 300 mil pessoas, mas uma minoria, minoria mesmo, não produz o que a cidade amanheceu e viu", completou.

A Polícia Militar (PM) informou ter adotado todas as táticas para dispersar aglomerações. As ações envolveram o uso de gás lacrimogênio e de balas de borracha contra grupos de revoltosos e atingiu pessoas que estavam em bares no bairro da Lapa. Também foram relatadas ações em frente ao Hospital Municipal Souza e Aguiar.

“Em algum momento, grupos radicais, cerca de três mil pessoas, se chocou contra a polícia e houve um embate”, afirmou o coronel Alberto Pinheiro Neto, chefe operacional da PM. “Naquele momento, havia a necessidade imperiosa de não se permitir aglomerações no centro. As pessoas estavam fora de si”, avaliou. O ataque ao hospital foi negado.


De acordo com o secretário de Segurança, o cenário de ontem era crítico. “A polícia fica entre a possibilidade de vir a cometer uma prevaricação, um abuso, entre a técnica e a proporcionalidade, dentro de um cenário complexo que está aí”, disse. Ele pede para que a população denuncie nas delegacias os policiais que tenham cometido excessos.

Para próximas manifestações não foram descartadas restrições ao deslocamento de pessoas, sem restringir a liberdade de ir e vir e de organização de protestos. “As manifestações pacíficas, nós garantimos. Para o vandalismo, a ordem. Um país melhor, todos queremos, mas para quebradeira, a polícia, que é o braço do Estado, tem que agir”, afirmou Beltrame.

Na tentativa de identificar os criminosos que agiram ontem, estão sendo analisadas imagens de câmeras de segurança. O secretário destacou a necessidade de se produzir provas e conseguir a detenção preventiva de vândalos. Com bases em investigação criminal, foi pedida a prisão de duas pessoas, ontem (20), negada pelo Tribunal de Justiça do Rio.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasMetrópoles globaisProtestosProtestos no BrasilRio de JaneiroViolência urbana

Mais de Brasil

Ministro da Justiça reage a caso de jovem baleada pela PRF: 'obrigação de dar exemplo'

Morre Roberto Figueiredo do Amaral, executivo da Andrade Gutierrez

Desabamento e veículos arrastados: véspera de natal é marcada por chuvas em BH

Avião desaparece no AM e mãe de piloto faz apelo por buscas do filho nas redes sociais