Pizzolato quer cumprir pena na Itália e vai recorrer
O ex-diretor do BB está disposto a ser julgado na Itália uma vez mais e, se condenado, estaria de acordo em cumprir sua "pena na Itália", segundo advogado
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 13h34.
Módena - A defesa do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato afirmou nesta quinta-feira, 12, que vai recorrer da decisão de extraditar o brasileiro à Corte Europeia de Direitos Humanos. O advogado Alessandro Siveli sinalizou, no entanto, que Pizzolato está disposto a cumprir a pena na Itália .
Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por envolvimento no mensalão , mas fugiu para a Itália. Desde o ano passado o governo brasileiro tenta extraditar o ex-diretor.
Nesta manhã, a Justiça italiana autorizou o retorno dele ao Brasil, mas a decisão final cabe ao governo do país. Em comunicado, Siveli declarou seu "estupor" diante da decisão que, segundo ele, foi tomada "sem um fato novo".
Segundo o advogado, Pizzolato está disposto a ser julgado na Itália uma vez mais e, se condenado, estaria de acordo em cumprir sua "pena na Itália".
Sivelli indicou que, além da Corte Europeia, também apresentou recurso à Corte Interamericana de Direitos Humanos. Nenhuma das duas iniciativas, porém, tem efeito suspensivo e não conseguiriam barrar o envio do brasileiro ao País.
Nesta manhã, a Corte de Cassação em Roma reverteu a decisão de primeira instância de rejeitar a extradição e aceitou as garantias dadas pelo governo brasileiro de que a integridade física de Pizzolato será assegurada no Complexo da Papuda.
O julgamento ocorreu na quarta-feira, em Roma, mas a sentença foi pronunciada apenas nesta manhã. Momentos depois do anúncio, o ex-diretor se apresentou à polícia de Maranello.
Ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil fugiu do País há um ano e cinco meses, com um passaporte falso e declarou que confiava que a Justiça italiana não faria um processo político contra ele, como acusa a Justiça brasileira de ter realizado.
Ele chegou a ser preso, mas foi solto em outubro do ano passado. Ao sair da prisão, declarou que havia fugido para "salvar sua vida".
"Estamos confiantes de que o ministro não concederá a extradição, como foi feito em um caso análogo (de 13 de julho de 2001) que foi negada a extradição ao cidadão ítalo-brasileiro Salvatore Cacciola", disse o advogado, lembrando que o estado brasileiro não reconhece o princípio da reciprocidade e não extradita seus próprios cidadãos.
Ele voltou a denunciar a situação das prisões nacionais. "As cárceres brasileiras estão nas mãos de organizações criminosas que não hesitam em matar detentos que não cedem à extorsão", disse.
Idade: 61 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Brasil
Crimes a que responde: Corrupção e lavagem de dinheiro (foi ainda condenado pelo STF por peculato) Único réu do mensalão dado como foragido (até agora), Henrique Pizzolato, que era diretor de marketing do Banco do Brasil quando se envolveu no esquema, aproveitou a cidadania italiana para se refugiar no país europeu sem o risco de ser extraditado. Fez isso “por não vislumbrar a mínima chance de ter um julgamento afastado de motivações político eleitorais”, disse em nota.
Idade: 70 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Brasil
Crimes a que responde: estupro e abuso sexual Um dos mais prestigiados médicos especialistas em reprodução assistida do Brasil, Roger Abdelmassih tratou milhares de pacientes por décadas, incluindo várias celebridades, até ser desmascarado por uma série de abusos sexuais mantidos enquanto as pacientes estavam sedadas. Foi condenado a 278 anos de prisão em 2010, mas está foragido desde 2011. A polícia suspeita que esteja no Líbano, país que não tem tratado de extradição assinado com Brasil.
Idade: 82 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Estados Unidos
Crime a que responde: “posse ilegal de propriedade roubada” O deputado federal Paulo Maluf e seu filho Flávio foram incluídos na lista da Interpol em 2010 a pedido da Justiça de Nova York. No processo, o político é acusado de desviar dinheiro público da obra da Avenida Água Espraiada, hoje Jornalista Roberto Marinho, em São Paulo. O dinheiro teria percorrido um caminho sinuoso, passando por instituições norte-americanas, por isso o processo por lá. Em sua defesa, ele afirma que não é réu no processo, que atinge uma empresa em que a família é acionária.
Idade: 41 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Brasil
Crime a que responde: abdução de menor (rapto de criança)
Idade: 39 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Brasil
Crime a que responde: sequestro e cárcere ilegal Uma reportagem do jornal Extra mostrou a história do major do Exército João Carlos Guerra, que luta há mais de seis anos pela guarda da filha. A menina viajou ao Japão com a mãe e então mulher de João, Carla Vanessa Fuziyama, e as duas nunca mais voltaram. Como o Japão não é signatário da Convenção de Haia – que trata dos casos de sequestro de crianças – Carla só poderia ser presa e deportada ao Brasil caso viaje para algum país onde funcione a Interpol.
Idade: 60 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Brasil
Crime a que responde: formação de cartel (violação ao Ato Antitruste Sherman dos EUA) Executivo com carreira bem sucedida na Embraco, empresa de Joinville – que presidiu até 2009 - Ernesto Heinzelmann foi acusado na justiça dos Estados Unidos por formação de cartel na venda de compressores utilizados em refrigeradores e freezers. Se sair do Brasil, pode ser preso pela Interpol e enviado ao país. No Brasil, a Embraco chegou a um acordo com o Cade pelas mesmas acusações, em 2009.
Idade: 43 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Argentina
Crime a que responde: sequestro de menor de 10 anos Hilana de Moraes é o centro de uma história muito parecida à de Sean Goldman, o pai norte-americano que travou uma batalha judicial por 4 anos para conseguir ter o filho - sequestrado pela mãe brasileira - de volta. A diferença é que o pai desta vez é argentino e luta há mais de 10 anos pelo direito de ver os filhos novamente.
Idade: 31 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Brasil
Crime a que responde: tráfico de drogas internacional
Idade: 29 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Brasil
Crime a que responde: associação com uma ou mais pessoas para tráfico de drogas
Idade: 32 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Estados Unidos
Crime a que responde: estupro de criança, com uso da força
Idade: 52 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Brasil
Crimes a que responde: tráfico de drogas internacional, posse ilegal de armas, lavagem de dinheiro, entre outros
Idade: 76 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Estados Unidos
Crimes a que responde: Tráfico de animais e fraude bancária
Idade: 38 anos
Quem incluiu na lista da Interpol: Paraguai
Crime a que responde: tráfico de drogas (cocaína)