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PF tenta manter controle sobre a segurança imediata de Lula

Esse embate entre militares e policiais por protagonismo na segurança de Lula vem desde a transição de governo

Lula: a segurança do petista, de Alckmin e de suas famílias é feita pela Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República, formada por delegados e agentes da Polícia Federal (Ricardo Stuckert/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 8 de maio de 2023 às 09h01.

Prestes a perder o controle sobre a segurança imediata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva , policiais federais tentam nos bastidores do Palácio do Planalto se manter na função. As recentes declarações do general Marcos Amaro, novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a respeito dos preparativos para reassumir a chefia da equipe de guarda-costas de Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin, e respectivos familiares surpreenderam integrantes da cúpula da Polícia Federal.

Esse embate entre militares e policiais por protagonismo na segurança de Lula vem desde a transição de governo. Em dezembro do ano passado, Lula decidiu colocar a PF, temporariamente, a cargo de sua segurança. O prazo era de seis meses. Diante da desconfiança com militares da ativa e da falta de relações com oficiais-generais, ele prestigiou a equipe do delegado Andrei Passos, atual diretor-geral da Polícia Federal - que havia chefiado a segurança de Lula durante a campanha eleitoral.

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Desde janeiro, a segurança do petista, de Alckmin e de suas famílias é feita pela Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República, formada por delegados e agentes da Polícia Federal. O GSI ficou com atribuições de segurança de instalações e eventos envolvendo o presidente, mas não chefia os profissionais que circulam ininterruptamente ao redor de Lula.

Em entrevista ao jornal O Globo, Amaro disse que "há uma sinalização do presidente de que essa segurança imediata vai retornar para o GSI". Segundo o general, a secretaria extraordinária "vai funcionar até junho", a menos que Lula decida "postergar um pouco".

Como o esquema era provisório, apesar de indicações de interlocutores de Lula de que poderia ser mantido e se tornar permanente, havia uma data para que o embate se acirrasse novamente. Agora, representantes das duas corporações - a PF e as Forças Armadas - com trânsito no Planalto disputam quem fará a proteção aproximada de Lula a partir do dia 30 de junho.

Segurança de Lula na GSI?

A partir desta data, conforme decreto em vigor, o governo devolverá o controle da segurança presidencial a uma equipe subordinada ao GSI, como tradicionalmente ocorreu com os antecessores. Por consequência, Lula extinguiria a estrutura criada para abrir os policiais federais em seu gabinete pessoal. As atribuições passariam a ser exercidas "privativamente" pelo GSI.

Em conversas reservadas, delegados da PF reclamam das recentes declarações de Amaro e consideraram o anúncio da volta das competências do GSI como precipitado.

Como antecipou o Estadão, a escolha do general foi feita no dia 27 de abril. O militar ocupou a Casa Militar durante o segundo mandato de Dilma Rousseff e chegou a ser descrito nos bastidores como "sombra" da mandatária, função essa desempenhada por Gonçalves Dias nos dois primeiros mandatos de Lula.

No Brasil, a PF faz a segurança dos ministros e de autoridades estrangeiras que chegam ao País. Essa segunda função também envolve militares.

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