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PF marca depoimentos de Ramagem sobre tentativa de interferência

Ex-diretor Maurício Valeixo e ex-superintendente do Rio Ricardo Saadi também serão ouvidos

PF: Ramagem foi escolhido por Bolsonaro para o cargo de diretor-geral da instituição (Marcos Oliveira/Agência Senado)

PF: Ramagem foi escolhido por Bolsonaro para o cargo de diretor-geral da instituição (Marcos Oliveira/Agência Senado)

AO

Agência O Globo

Publicado em 8 de maio de 2020 às 14h08.

Última atualização em 8 de maio de 2020 às 14h10.

Investigadores da Polícia Federal agendaram para a próxima segunda-feira o depoimento de Alexandre Ramagem
sobre as tentativas de interferência do presidente Jair Bolsonaro na PF. Ramagem foi o nome escolhido por Bolsonaro para comandar a PF em substituição ao ex-diretor-geral Maurício Valeixo, mas sua nomeação foi barrada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apontou desvio de finalidade no ato devido à proximidade de Ramagem com Bolsonaro e seus filhos.

O depoimento faz parte do inquérito aberto pelo STF a partir das acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Também para a segunda-feira estão previstos os depoimentos de Valeixo e do ex-superintendente da PF no Rio Ricardo Saadi. Ainda pode haver mudanças na agenda caso eles tenham outros compromissos para a data.

Ramagem e Saadi devem ser ouvidos na PF em Brasília, enquanto Valeixo será ouvido em Curitiba, onde está passando férias. Procuradores da equipe do procurador-geral da República Augusto Aras também devem participar dos depoimentos. Os investigadores querem saber se os delegados presenciaram as tentativas de Bolsonaro interferir na PF e sabem quais os interesses do presidente na corporação.

Os depoimentos dos ministros militares do governo Bolsonaro -- Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) --ainda estão sendo agendados. Eles foram citados por Sergio Moro como testemunhas diretas das tentativas de interferência de Bolsonaro na PF, como revelou O GLOBO na segunda-feira.

Após Moraes ter barrado a nomeação de Ramagem, Bolsonaro indicou outro nome ligado a ele para comandar a PF, o delegado Rolando Alexandre de Souza. Nos bastidores da PF, porém, Rolando é visto como um "mandato-tampão" até que o governo desfaça os entraves jurídicos que impediram a nomeação de Ramagem.

Atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem coordenou a equipe de segurança de Bolsonaro nas eleições e ganhou a confiança do chefe e dos seus filhos. Uma foto em uma rede social de Carlos Bolsonaro mostrava Ramagem com o filho do presidente no último réveillon.

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