Prédio da Policia Federal (Policia Federal/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 13 de agosto de 2024 às 10h45.
Última atualização em 13 de agosto de 2024 às 10h47.
A Polícia Federal, em ação conjunta com o Ministério Público Federal e apoio internacional do Ministério Público e da Guardia di Finanza de Palermo, Itália, realiza nesta terça-feira, 13, uma operação para combater uma rede de lavagem de dinheiro articulada pela máfia italiana no Rio Grande do Norte.
As investigações, que começaram em 2022, têm como alvo uma organização criminosa que teria utilizado empresas fantasmas e laranjas para facilitar a movimentação e a ocultação de fundos ilícitos, provenientes de atividades criminosas internacionais.
De acordo com a PF, as evidências coletadas até o momento indicam que a máfia italiana atua no estado brasileiro há quase uma década. Estima-se que o esquema tenha investido não menos que R$ 300 milhões (cerca de 55 milhões de euros), utilizando esses recursos para adquirir propriedades e infiltrar-se no mercado imobiliário e financeiro daqui.
Segundo as autoridades italianas, entretanto, o valor total dos ativos investidos pode superar 500 milhões de euros, em valores atuais, mais de R$ 3 bilhões.Nesta manhã, estão sendo cumpridos um mandado de prisão preventiva de um mafioso e cinco mandados de busca e apreensão, em três estados brasileiros: Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Piauí.
Simultaneamente, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo coordenou 21 buscas em várias regiões da Itália e na Suíça. Mais de 100 agentes financeiros italianos foram mobilizados, alguns dos quais se encontram no Brasil, auxiliando o cumprimento dos mandados em Natal.
“Os crimes investigados incluem associação mafiosa, extorsão, lavagem de dinheiro e transferência fraudulenta de valores, com agravante de apoio a famílias mafiosas notórias”, informou a PF, em nota.
Como parte das medidas para desarticular o esquema e recuperar ativos financeiros, a Justiça Federal também autorizou o sequestro de imóveis e o bloqueio de contas bancárias associadas aos suspeitos e às empresas fantasmas envolvidas.
“Destaca-se, nesse contexto, a colaboração internacional através da criação de uma Equipe de Conjunta de Investigação (ECI), em 2022, envolvendo a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e autoridades judiciais e policiais italianas, com apoio da Eurojust, agência da União Europeia que facilita investigações e processos judiciais envolvendo múltiplos países, auxiliando na troca de informações e na formação de equipes de investigação conjuntas”, disse a corporação, no comunicado.