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PF deflagra operação sobre propina da J&F em governo de Cid Gomes no Ceará

Investigadores cumprem busca e apreensão contra empresas suspeitas de terem recebido caixa dois para campanha de aliado de Cid

A investigação mira campanhas eleitorais de 2010 e 2014 (Pedro França/Agência Senado)

A investigação mira campanhas eleitorais de 2010 e 2014 (Pedro França/Agência Senado)

AO

Agência O Globo

Publicado em 16 de outubro de 2020 às 11h45.

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira operação de busca e apreensão autorizada pela Justiça Eleitoral para apurar pagamento de propina do grupo J&F envolvendo o ex-governador do Ceará Cid Gomes (Pros) e a campanha de seu sucessor, o atual governador Camilo Santana (PT).

A PF cumpre 17 mandados de busca e apreensão as cidades de Fortaleza, São Paulo e Salvador, contra empresas suspeitas de terem recebido repasses de caixa dois para a campanha de Camilo Santana e de outros aliados do grupo. A investigação mira campanhas eleitorais de 2010 e 2014. Os políticos não são alvos das buscas.

A PF investiga crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral.

O inquérito foi aberto com base em depoimentos dos irmãos Batista sobre doações ilegais feitas ao grupo político de Cid Gomes quando este era governador do Ceará. Segundo informações que constam do inquérito, em 2010, Gomes teria pedido aos executivos da empresa doação de R$ 5 milhões em troca da liberação de créditos tributários em nome de empresas do grupo J&F.

Em 2014, um novo pedido teria sido feito, porém, no valor de R$ 20 milhões, com o objetivo de irrigar campanhas no estado — incluindo a do petista Camilo Santana, apoiado por Cid Gomes. Diante da negativa da empresa dos irmãos Batista, o então deputado federal Antonio Balhamann Cardoso Nunes Filho (PDT-CE) teria interferido em favor de Gomes afirmando que o Ceará realizaria restituições tributárias da ordem de R$ 110 milhões ao grupo empresarial.

 

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