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PF busca Dario Messer, o "doleiro dos doleiros" do Brasil

Segundo a PF, a operação visa combater uma organização criminosa que seria liderada por Messer e que teria movimentado US$ 1,6 bilhão

PF: a operação, deflagrada na manhã desta quinta-feira, pode acarretar em uma grande investigação no Rio de Janeiro (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de maio de 2018 às 09h19.

São Paulo - A Lava Jato do Rio de Janeiro está em busca de Dário Messer, apontado como o maior doleiro em atividade no Brasil e na mira da Justiça desde o caso Banestado.

Messer e outros operadores financeiros ligados a ele são alvos da operação "Câmbio, Desligo", deflagrada na manhã desta quinta-feira, 3, e que deve dar início a uma ampla frente de investigação da Lava Jato do Rio de Janeiro.

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Segundo a PF, a operação visa combater uma organização criminosa que seria liderada por Messer e que teria movimentado a cifra de US$ 1,6 bilhão. São cumpridos 53 mandados de prisão no Brasil e no exterior.

Principal alvo da operação, Messer é um antigo doleiro do Rio de Janeiro que após o caso Banestado - maior escândalo de lavagem de dinheiro da história do Brasil - mudou sua banca para o Uruguai e para o Paraguai. A "Câmbio, Desligo" também cumpre mandados judiciais nos dois países.

Messer seria o nome por trás do operador Vincius Claret, o Juca Bala, apontado pela Lava Jato do Rio de Janeiro como um dos responsáveis por lavar o dinheiro desviado pelo grupo do ex-governador Sergio Cabral (MDB). Na delação dos executivos da Odebrecht, Juca Bala é apontado como um laranja de Messer no Uruguai.

Na primeira delação de Alberto Youssef, em 2004, o doleiro aponta Messer como um dos "doleiros de doleiros", responsável por dar "cobertura de mercado" a outros operadores financeiros menores que atuavam no dólar-cabo e em outras transações para lavagem de dinheiro.

Em um depoimento dado em 2004 ao juiz Sergio Moro e aos procuradores da força-tarefa CC5, Youssef disse que naquela época eram poucos "doleiros de doleiros" no Brasil e que um deles, além do próprio Youssef, era Messer.

"Bom, um era eu, a Tupi Câmbios, a Acaray, Câmbio Real, Sílvio Anspach, o Messer do Rio, o Rui Leite e o Armando Santoni. O Antônio Pires, eu nunca negociei com ele, então o meu relacionamento com ele era praticamente zero, eu conheço de nome, e sei com quem ele operava, mas nunca assim", disse Youssef.

Operador de uma das contas da Beacon Hill - conta-ônibus no JP Morgan Chase, de Nova York, no qual vários doleiros brasileiros mantinham sub-contas, Messer foi um dos alvos da operação Farol da Colina, sob tutela do até então desconhecido juiz Sergio Moro. Somente na Beacon Hill, as autoridades encontraram movimentações de US$ 13 bilhões provenientes de brasileiros.

Quando os investigadores do Banestado chegaram a Messer, ele se mudou, segundo Youssef, para o Uruguai. "A mesa do Messer foi para o Uruguai, eles estão trabalhando lá com sistema de call back, o Juan Miguel que é do Integracion também está no Uruguai, também estão trabalhando com o sistema call back.

Sobrou o pessoal do Rio que está lá, estão quebrados, mas ainda continuam no mercado operando um pouco", afirmou o doleiro que deu origem à Lava Jato.

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