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Pezão, Paes e Lindbergh negam acusações de delator da Odebrecht

Políticos foram citados por Leandro Andrade Azevedo, um dos executivos da Odebrecht que fez acordo de delação premiada

A assessoria de imprensa de Pezão disse que o governador não comentará a acusação de que teria recebido mais de R$ 23 milhões para sua campanha eleitoral (Tomaz Silva/Agência Brasil/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de dezembro de 2016 às 20h10.

Por Vinicius Neder e Constança Rezende

Rio - O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o prefeito da capital, Eduardo Paes (PMDB), negaram neste domingo, 11, quaisquer irregularidades no financiamento de suas campanhas eleitorais, em 2014 e 2012, respectivamente, após a revista "Veja" revelar que Leandro Andrade Azevedo, um dos executivos da Odebrecht que fez acordo de delação premiada, citou repasses da empreiteira aos políticos fluminenses.

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A assessoria de imprensa de Pezão disse que o governador não comentará a acusação de que teria recebido R$ 23 milhões em dinheiro vivo e 800 mil euros via caixa 2 da Odebrecht para a sua campanha eleitoral, mas acrescentou que "todas as doações de campanha foram aprovadas pela Justiça eleitoral".

"O governador não comenta informações vazadas e declarações seletivas. Todas as doações de campanha foram aprovadas pela Justiça eleitoral. Pezão não praticou ou autorizou ações fora da legalidade", diz a assessoria, em nota.

A assessoria de Paes informou, por escrito, que o prefeito não comentará "informações baseadas em vazamentos de supostas delações não homologadas".

"De qualquer maneira, (Paes) nega que tenha praticado ou autorizado qualquer ato ilegal para arrecadação de fundos da sua campanha à reeleição em 2012. Paes reforça que todas as doações foram oficiais, feitas dentro da lei e suas contas de campanha foram aprovadas pela Justiça eleitoral", diz a nota.

Leandro Azevedo também citou o casal de ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho. Conforme a revista "Veja", o executivo disse no depoimento preliminar para a delação que a construtora desembolsou um total de R$ 9,5 milhões em contribuições oficiais e repasses de caixa 2, entre 2008 e 2014.

Garotinho, que foi preso preventivamente no mês passado por decisão da Justiça eleitoral de Campos dos Goitacazes (Rio) e responde em liberdade a um processo em que é acusado de compra de votos, rebateu as alegações do executivo da Odebrecht.

"Existem recibos eleitorais, comprovantes de gastos da campanha e abertura e fechamento da conta eleitoral no Itaú, na cidade do Rio de Janeiro. Entendo o momento difícil que a empresa vive, assim como as demais empresas envolvidas em denúncias de corrupção. Mas querer me comparar a Sérgio Cabral ou outros políticos que usam o governo para enriquecimento pessoal não é justo, nem muito menos verdadeiro", escreveu Garotinho em seu blog, referindo-se ao ex-governador peemedebista preso em novembro por suspeita de recebimento de mesadas milionárias de empreiteiras.

Segundo a "Veja", Leandro Azevedo também informou os investigadores que o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) teria recebido R$ 3,2 milhões em caixa 2 para suas campanha ao Senado, em 2010, e à prefeitura de Nova Iguaçu, em 2008. Em nota, o senador disse que desconhece a delação.

"Desconheço a delação citada; não tenho, portanto, como responder algo que não é de meu conhecimento. Reforço que todas as minhas campanhas tiveram suas contas aprovadas pela justiça eleitoral e que, recentemente, a Polícia Federal solicitou o arquivamento da investigação aberta após citação semelhante. Tenho a consciência tranquila, não tenho o que temer", diz a nota emitida pela assessoria de Lindbergh.

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