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Pedido de suspeição contra Janot não tem fundamento, diz Lima

Lima disse que o pedido tem como objetivo tirar a investigação da esfera criminal e colocá-la num âmbito político

Lima: "não creio que o pedido de suspeição seja analisado pelo Congresso", afirmou o procurador da operação Lava Jato (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Lima: "não creio que o pedido de suspeição seja analisado pelo Congresso", afirmou o procurador da operação Lava Jato (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de agosto de 2017 às 14h54.

São Paulo - O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse nesta segunda-feira, 14, entender que o pedido de suspeição contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pela defesa do presidente Michel Temer, não tem fundamento e objetiva colocar a investigação em um plano político.

"Não creio que o pedido de suspeição seja analisado pelo Congresso", afirmou o procurador da operação Lava Jato, ponderando que tal fato seria até positivo, uma vez que não deixaria dúvida sobre o mérito do pedido. Ele afirmou,porém, que a solicitação "não tem nenhum fundamento".

Lima, que participou nesta segunda-feira, 14, do 4º Fórum de Compliance, promovido Amcham, em São Paulo, disse, que o pedido revela uma manobra "contra as bases" do Ministério Público e que tem como objetivo tirar a investigação da esfera criminal e colocá-la num âmbito político, de perseguição. "Essa é a típica defesa do sistema", afirmou.

Sobre o cenário eleitoral para 2018, o procurador criticou a proposta de reforma política que está em tramitação no Congresso, argumentando que ela preserva o mecanismo de corrupção que existe hoje no sistema político. Ele também se disse mais preocupado com a eleição para o Congresso que para presidente, uma vez que o Legislativo tem capacidade de adiar ainda mais as mudanças necessárias para a renovação dos quadros e o combate às causas da corrupção no sistema.

Questionado se poderia sair candidato no ano que vem, o procurador negou qualquer convite e afirmou que o trabalho no Judiciário exige uma vocação diferente. "Não sou candidato e brinco com (o juiz Sergio) Moro que também não votaria nele (caso ele seja candidato)".

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