Para evitar crise, novo líder do governo no Senado será do PMDB
Jucá pode assumir posto, mas Lava Jato pode atrapalhar planos de Temer
Marcelo Ribeiro
Publicado em 3 de março de 2017 às 15h13.
Última atualização em 3 de março de 2017 às 16h40.
Brasília – Ciente da insatisfação da bancada do PMDB no Senado , o presidente Michel Temer (PMDB) deve escolher um senador peemedebista para a liderança do governo na Casa. O lugar era ocupado por Aloysio Nunes (PSDB-SP), que foi indicado ontem para o Ministério das Relações Exteriores .
Interlocutores do presidente afirmaram a EXAME.com que a escolha do presidente tem como objetivo amenizar o descontentamento dos senadores da sigla peemedebista com o Palácio do Planalto. O PMDB do Senado tem questionado uma participação maior no governo.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Congresso , surgiu como o nome mais cotado para ocupar a função. “Mesmo considerando Jucá um dos parlamentares mais articulados da Casa, Temer estaria inclinado a não mudá-lo de posição no tabuleiro”, afirmou uma fonte próxima ao peemedebista.
O que está deixando o presidente em dúvida? Para Temer, Jucá é essencial na liderança do governo no Congresso. Além disso, o presidente teme que novas citações do senador de Roraima o recoloquem na mira das investigações da Operação Lava Jato .
“Jucá já apanhou de todos os lados. Mesmo assim, respira sem a ajuda de aparelhos. Isso opera a favor dele”, disse um auxiliar palaciano.
O plano B de Temer seria indicar o senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Para EXAME.com, Braga disse que não tem feito articulações e que ainda não foi procurado por Temer para falar sobre o posto.
Nas últimas horas, o Palácio do Planalto teria voltado a sondar Jucá sobre a possibilidade de assumir o posto. Até o momento, o senador não deu resposta ao presidente.
Auxiliares do Planalto afirmaram que Temer pretende bater o martelo até o início da próxima semana. Depois disso, serão nomeados os presidentes e os relatores das comissões da Casa.