TEMER E MORAES, O MINISTRO DA JUSTIÇA: após o massacre de Carandiru, o então secretário de Segurança afirmou que os policiais precisavam de “repouso e meditação” / Ueslei Marcelino/ Reuters
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2016 às 18h59.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h29.
Palocci preso
A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira, em São Paulo, na 35a fase da Operação Lava-Jato, o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci. Batizada de Omertà, em referência ao pacto de silêncio dos mafiosos, a operação recolheu evidências de que Palocci atuou para garantir que o Grupo Odebrecht conseguisse contratos com o poder público. Em troca, segundo os investigadores, o ex-ministro e seu grupo eram agraciados com propina. Também foram presos o ex-chefe de gabinete de Palocci Juscelino Dourado e o ex-assessor Branislav Kontic.
–
Conta-corrente
O Partido dos Trabalhadores mantinha uma “verdadeira conta-corrente” com a Odebrecht, por meio da qual eram pagas propinas a integrantes da legenda, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira pela Polícia Federal. Segundo a PF, Palocci — identificado como “italiano” nas planilhas da empreiteira — recebeu um total de 128 milhões de reais em propinas. Parte do dinheiro ficou com o partido. O montante foi bloqueado por ordem do juiz Sergio Moro.
–
Palocci negará
O ex-ministro se preparava para ser preso desde a detenção de seu sucessor na Fazenda, Guido Mantega, há quatro dias, segundo informou o jornal Folha de S. Paulo. Desde que Marcelo Odebrecht começou as negociações para uma delação premiada, Palocci se reunia semanalmente com seus advogados e sempre negava ser o “italiano” que aparecia nas planilhas de pagamentos apreendidas com executivos da Odebrecht. Aos investigadores, deve seguir a linha de argumentação.
–
Temer chama Moraes
O presidente Michel Temer chamou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para que ele explique suas declarações sobre a Operação Lava-Jato feitas um dia antes da fase que culminou na prisão do ex-ministro Antonio Palocci. Moraes afirmou, em um evento de campanha em Ribeirão Preto, que haveria uma operação nesta semana. Além de Moraes, Temer chamará outros ministros para pedir mais cuidado nas exposições. Segundo interlocutores afirmaram à revista VEJA, “pegou muito mal” a declaração de Moraes. Temer deve alertar também sobre o risco de declarações como essa em campanhas eleitorais.
–
Mantega envolvido
Um relatório da Polícia Federal liga Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda preso e solto há quatro dias, ao esquema de propinas da Odebrecht, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. O documento atribui a Mantega o papel de assumir a relação com a empreiteira após a saída de Palocci do governo. Mantega teria recebido propina de 50 milhões de reais.
–
Mortes no Rio
O presidente da escola de samba Portela, o policial militar Marcos Falcon, foi assassinado a tiros de fuzil na tarde desta segunda-feira dentro do comitê de sua campanha a vereador pelo PP. Desde o início do ano, a 29a DP (Madureira) investigava um suposto plano para matar Falcon. Também no Rio, agentes da Polícia Civil mataram na manhã desta segunda-feira o traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, o Fat Family. Ele chefiava as bocas de fumo do Morro Santo Amaro, na zona sul, e em junho havia sido resgatado por 20 bandidos do hospital Souza Aguiar. O criminoso vivia escondido na mata e foi morto no complexo do Salgueiro após confronto com a polícia.