PALOCCI: o petista é a nova promessa de delação explosiva na Operação Lava-Jato / / Reuters (Rodolfo Buhrer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2017 às 18h36.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h12.
Palocci delator
O ex-ministro Antonio Palocci decidiu negociar um acordo de delação premiada com os procuradores da Operação Lava-Jato. A informação é do jornal Folha de S. Paulo. O petista designou Adriano Bretas e Tracy Reinaldeti como advogados responsáveis pela delação, afastando o criminalista José Roberto Batochio. O próximo passo para Palocci será desistir do pedido de habeas corpus que está para ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo o jornal, pesou na decisão a Operação Bullish, que investiga a relação entre o BNDES e o grupo J&F e tem Palocci como um dos intermediários dos financiamentos que geraram supostas propinas para o PT. Outro fator, claro, é a delação dos 77 executivos da Odebrecht, que o designava como um dos líderes do esquema de corrupção na Petrobras.
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Um ano de Temer
Em evento que marcou um ano do governo Temer, no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer usou seu discurso para defender a agenda de reformas do governo, sua principal bandeira de recuperação econômica. “Temos coragem para fazer o que é preciso. O que o povo brasileiro quer é resultado. De onde e como vem o resultado, não importa”, disse. Mesmo com resultados lentos, Temer disse que não apela ao populismo e responsabilizou o governo Dilma Rousseff por um “rombo bilionário” nas contas públicas, a “mais grave recessão da história”, e pelos altos índices de desemprego, inflação e juros. “Era necessário estabelecer o diálogo, que antes não havia. Foi, aliás, dessa ausência de diálogo que decorreu a dificuldade para governar. Faltava entrosamento entre o Executivo e o Legislativo. Faltava pacificar o país”, afirmou. Presidentes de estatais e 25 ministros estavam presentes ao evento, batizado de “Um ano de conquistas”.
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Delação dos marqueteiros
De acordo com o depoimento da publicitária Mônica Moura à Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva queria ser candidato à Presidência em 2014, mas a então presidente Dilma Rousseff “não aceitou”, causando o estremecimento da relação. Mônica e Dilma tiveram relação próxima durante a campanha em virtude do trabalho do marqueteiro João Santana. A dupla, que teve os depoimentos de delação premiada liberados ao público na quinta-feira, relata ainda que Dilma e Lula sabiam dos repasses para pagamento dos serviços via caixa dois e havia, inclusive, a comunicação de Dilma aos delatores sobre o transcorrer da Operação Lava-Jato antes das prisões.
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Conta no exterior
Em mais uma das revelações de Mônica Moura, a presidente Dilma Rousseff sugeriu à publicitária que transferisse seus recursos depositados em contas na Suíça por causa do avanço da Operação Lava-Jato. “Ela queria que a gente mudasse, mexesse na conta, chegou a sugerir ‘por que vocês não transferem essa conta de lá pra outro lugar?’ ”, relatou Mônica. “Sugeriu que a gente mandasse pra Singapura ou algo assim, que ela ouviu falar que era um lugar muito seguro.” Segundo Mônica, a preocupação da ex-presidente se acentuou depois da descoberta de contas de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no país, mas João Santana se recusava a fazer a transferência. “João dizia: ‘De jeito nenhum, eu não vou mexer em nada, eu não tenho culpa’.”
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JBS de novo
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira uma investigação de fraudes e irregularidades em aportes concedidos pela BNDESPAr, subsidiária do BNDES, à JBS a partir de junho de 2007. A Operação Bullish contou com mandados contra os sócios do grupo J&F. Os agentes levaram o empresário Wesley Batista para depor. Seu irmão, Joesley, também alvo de condução coercitiva, não foi encontrado por estar em viagem ao exterior. Segundo a PF, os aportes tinham como objetivo a aquisição de empresas também do ramo de frigoríficos no valor total de 8,1 bilhões de reais. A celeridade da liberação de recursos “foge dos padrões”.
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Constantino condenado
O empresário Nenê Constantino de Oliveira, ex-proprietário da Gol Linhas Aéreas, foi condenado a 16 anos e seis meses de prisão por mandar matar o líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito em 12 de outubro de 2001. Constantino foi considerado culpado pelos crimes de homicídio qualificado e corrupção de testemunha. Uma multa de 84.000 reais também foi aplicada. Mais quatro réus foram julgados, incluindo o dono da arma e executores do crime. Márcio Leonardo de Sousa Brito foi morto por causa da disputa de um terreno de uma garagem da Viação Pioneira, pertencente ao empresário. Constantino pode recorrer em liberdade.