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Pajero usado por Rose era de esquema de Paulo Vieira

Em um capítulo dedicado aos bens associados a Paulo Vieira, o relatório descreve um Pajero fabricado em 2010

O prejuízo aos cofres públicos que a PF investiga pode ultrapassar a cifra de R$ 30 milhões (Fernando Moraes/Veja SP)

O prejuízo aos cofres públicos que a PF investiga pode ultrapassar a cifra de R$ 30 milhões (Fernando Moraes/Veja SP)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2012 às 08h51.

Rio - Relatório da Operação Porto Seguro indica que o Mitsubishi Pajero TR4 de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, pertenceu à organização que negociava pareceres técnicos desmantelada pela Polícia Federal e que era comandada pelos irmãos Vieira, ex-diretores de agências reguladoras. Os e-mails e documentos obtidos pela investigação sugerem que despesas do veículo podem ter sido pagas por Paulo Vieira, apontado pela PF como chefe do esquema.

Em um capítulo dedicado aos bens associados a Paulo Vieira, o relatório descreve um Pajero fabricado em 2010 e registrado em nome de Patricia Baptistella, funcionária da faculdade em Cruzeiro (SP) pertencente à família do ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA). Por e-mail enviado em 2 de maio de 2011, Rose cobra de Paulo Vieira a transferência do veículo para seu nome e a quitação de despesas como seguro e licenciamento.

"Estou muito preocupada com a questão da Pajero. Fiz todos os trâmites necessários do Controlar. E o seguro, licenciamento, vc (sic) fez?", pergunta Rose. "Vc renovou o seguro? Quando pretende passar o carro para o meu nome?" Em 26 de abril de 2012, os investigadores checaram o registro do veículo no Infoseg, sistema integrado de informações de segurança pública. O Pajero está em nome de Rosemary Noronha. O relatório não diz quando ocorreu a transferência. Não há, nos e-mails interceptados pela PF, menções a pagamentos ou compra e venda do Pajero. Pela tabela Fipe, o carro vale cerca de R$ 55 mil.

No mesmo e-mail, Rose cobra de Vieira um depósito de R$ 5 mil em sua conta para cobrir despesas relacionadas a um sofá e uma estante para o apartamento de sua filha Mirelle, ex-assessora técnica da Diretoria de Infraestrutura da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), exonerada na terça-feira. O irmão de Paulo, Rubens Vieira, era diretor de Infraestrutura desse órgão.

"Conforme combinado, comprei o sofá e a estante para a Mirelle e o Sadao. Já foi entregue no sábado. Ficou tudo em R$ 5.000,00, vc (sic) pode fazer o depósito?", pede Rose, fornecendo os dados de sua conta. Na resposta enviada algumas horas depois, Paulo procura tranquilizar Rose. "Sobre o seguro, não me lembro de ter renovado. Vou verificar com o banco, pois todos os meus seguros são renovados automaticamente, mas esse talvez não foi, pois foi feito no seu nome, mas não impedimento (sic) para você mesmo fazer se necessário", escreve Paulo Vieira. A reportagem procurou os advogados de Rose, mas não obteve resposta. 

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