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Os ex-presidentes na mira

A vida dos ex-presidentes brasileiros não está tranquila. O ex-presidente Fernando Henrique Cardozo ficou sabendo hoje que a Polícia Federal tem um inquérito contra ele sobre um suposto esquema de corrupção durante o seu governo. Os desvios envolveriam propinas da Alstom (depois vendida para a GE) e teriam sido pagas na aquisição de turbinas para usinas termoelétricas, […]

FHC E LULA: alvos de investigação da PF sobre corrupção /

FHC E LULA: alvos de investigação da PF sobre corrupção /

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2016 às 19h01.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h16.

A vida dos ex-presidentes brasileiros não está tranquila. O ex-presidente Fernando Henrique Cardozo ficou sabendo hoje que a Polícia Federal tem um inquérito contra ele sobre um suposto esquema de corrupção durante o seu governo. Os desvios envolveriam propinas da Alstom (depois vendida para a GE) e teriam sido pagas na aquisição de turbinas para usinas termoelétricas, que foram colocadas em funcionamento durante o apagão energético pelo qual o país passou entre 1999 e 2001. O caso veio à tona com a delação de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. A Alstom é a mesma empresa que teria pago propinas ao governo de São Paulo, também comandado pelo PSDB, no caso de superfaturamento dos metros.

Para Lula, a vida está ainda mais complicada. A PF indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por tráfico de influência. Ele teria ajudado seu sobrinho, o vidraceiro Taiguara Rodrigues dos Santos, a enriquecer com negócios relacionados a construção civil em Angola, em uma operação que envolveria financiamentos do BNDES conseguidos pelo ex-presidente para a Odebrecht, que subcontratava a empresa Exergia, de Taiguara. Segundo a PF, 32 milhões foram destinados ao sobrinho de Lula.

Se por um lado o indiciamento mostra que a PF continuará seu trabalho sobre as suspeitas que envolvem Lula, o inquérito que investiga FHC também mostra que a PF tem agido de maneira agnóstica, sem escolher sobre quem recaem suas investigações. A possível seletividade das investigações, tanto da polícia como do Ministério Público, é uma das maiores críticas vindas dos movimentos de esquerda e também um dos principais medos da população, que teme que a operação acabe antes de apurar todos os envolvidos.

O problema é que, como não são poucas as investigações possíveis vindas de delações da operação, o perigo é que ela caia em um ciclo sem fim. O juiz Sergio Moro declarou no começo do ano que gostaria de encerrar as investigações até o final de 2016, mas já voltou atrás no assunto. Algumas delações premiadas importantes sequer foram fechadas, como a da própria Odebrecht e a da OAS. O futuro da Lava-Jato indica que os procuradores e a PF terão trabalho por pelo menos mais alguns anos – e que ninguém vai dormir tranquilo até lá.

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