O contexto da conversa de Temer e Joesley sobre Cunha
O empresário da JBS disse que o presidente da República deu "sinais claros" para comprar silêncio de Cunha
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de maio de 2017 às 15h37.
Última atualização em 19 de maio de 2017 às 15h49.
Brasília - O empresário Joesley Batista, dono da JBS, disse à Procuradoria-Geral da República (PGR) que sempre recebeu "sinais claros" - primeiro, pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e depois, pelo presidente Michel Temer - de que era necessário fazer pagamentos ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao corretor Lúcio Funaro, presos pela Lava Jato, para que ambos ficassem "calmos" e não partissem para a delação premiada.
O empresário contou que, em reunião no Palácio do Jaburu, no dia 7 de março, Temer lhe disse que Cunha o "fustiga", o que entendeu como "recado de que pagasse".
O empresário relatou trecho de conversa com Temer no qual tratou dos interesses da JBS em vários órgãos do governo.
"Sobre o BNDES, Temer intercedeu pessoalmente a favor do grupo do depoente, segundo ele afirmou, tendo falado com a presidenta (Maria Sílvia), o que foi infrutífero", diz trecho de documento da PGR.
Joesley relatou também que o presidente lhe assegurou que seria possível ter uma pessoa no Cade, com quem poderia ter uma "conversa franca"; e que faria serem atendidos pleitos do empresário com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.