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Bolsonaro compartilha vídeo sobre ato contra Congresso e políticos reagem

Presidente compartilhou do seu celular pessoal vídeo de manifestações contra o Congresso e STF, gerando ampla reação

Jair Bolsonaro: manifestações estão marcadas para março (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: manifestações estão marcadas para março (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 06h24.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2020 às 15h29.

São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro compartilhou nesta terça-feira (25) um vídeo por WhatsApp convocando a população para protestos a favor dos militares e do governo e contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 15 de março. 

Políticos e parlamentares de diferentes partidos políticos reagiram à atitude do presidente, vista como desrespeito ao princípio de separação entre poderes e um risco à democracia.

O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), propôs uma reunião de emergência entre os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que ainda não se manifestaram, e líderes.

"Basta! As forças democráticas deste país têm que se unir agora. Já! É inadiável uma reunião de forças contra esse poder autoritário. Ou defendemos a democracia agora ou não teremos mais nada para defender em breve", disse Molon.

Em texto publicado em suas redes sociais, Bolsonaro não fez referência direta ao episódio, mas afirmou que troca mensagens "de forma reservada" com "poucas dezenas de amigos" no aplicativo:

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que não se posicionar contra a atitude do presidente seria concordar.

"A ser verdade, como parece, que o próprio Pr tuitou convocando uma manifestação contra o Congresso (a democracia) estamos com uma crise institucional de consequências gravíssimas. Calar seria concordar. Melhor gritar enquanto de tem voz, mesmo no Carnaval, com poucos ouvindo", escreveu o tucano.

O governador de São Paulo, João Doria, chamou o episódio de "lamentável" e disse que deve ser repudiado "qualquer ato que desrespeite as instituições e os pilares democráticos":

Já o ex-presidente Lula escreveu que o Congresso, as instituições e a sociedade precisam tomar uma posição “urgente”.

“Bolsonaro nunca combinou com democracia. É um falso patriota que entrega nossa soberania aos Estados Unidos e condena o povo à pobreza. Um falso moralista que acoberta o Queiroz e outros corruptos e criminosos”, disse Lula, em referência a Fabrício Queiroz, investigado pela prática de “rachadinha” quando trabalhava no gabinete de Flávio Bolsonaro na época em que o atual senador era deputado estadual no Rio de Janeiro.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE), candidato derrotado à Presidência da República, cobrou uma reação dos eleitores ao vídeo.

"Se o próprio presidente da República convoca manifestações contra o Congresso e o STF (Supremo Tribunal Federal), não resta dúvida de que todos aqueles que prezam pela democracia devem reagir", escreveu Ciro, em mensagem postada no Twitter.

Marina Silva, ex-senadora e ministra do Meio Ambiente também candidata derrotada à Presidência, chamou a declaração de "golpista" e evocou o histórico de Bolsonaro:

O ministro do STF, Gilmar Mendes, escreveu que "a harmonia e o respeito mútuo entre os Poderes são pilares do Estado de Direito":

 

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