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Oposição promete recorrer contra mudança na meta fiscal

Aliados do governo conseguiram aprovar nessa quinta texto principal do projeto, mas falta a votação da última emenda para que o projeto vá a sanção presidencial

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 16h37.

Brasília - Vencida pela base aliada numa sessão do Congresso Nacional que levou quase 19 horas, a oposição planeja entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o projeto que flexibiliza a meta do superávit primário.

Os partidos oposicionistas vão aguardar apenas a conclusão da votação da proposta - prevista para a próxima terça-feira, 9, - e a sanção da presidente Dilma Rousseff para judicializar o que, na visão deles, sepulta a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Os aliados do governo conseguiram aprovar nessa quinta, 4, o texto principal do projeto, mas falta a votação da última emenda para que o projeto vá a sanção presidencial.

Os oposicionistas prometem utilizar todos os instrumentos regimentais para obstruir a votação, mas sabem que na esfera parlamentar o jogo já foi vencido pelo governo.

"Não tem mais o que fazer (no Congresso)", admitiu o líder da bancada do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA).

Com um déficit fiscal acumulado e diante da impossibilidade de cumprir a economia mínima para o pagamento de juros da dívida pública prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em vigor, de R$ 49 bilhões, a equipe econômica enviou ao Congresso um projeto de lei que permite que sejam descontados da meta todos os gastos com o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e as desonerações de impostos.

Na prática, a medida abre uma brecha para que a legislação seja dada como alcançada, mesmo em caso de um resultado fiscal negativo ao final do ano.

A partir do exemplo do governo federal, a oposição acredita que a mudança na meta fiscal será seguida por estados e municípios.

O líder da oposição no Congresso, deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), estima que governadores e prefeitos não conseguirão fechar a meta e optarão pela alteração na LDO.

Em Goiás, o governador tucano Marconi Perillo já encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de lei que pede a modificação da LDO para que o Estado seja autorizado a modificar a meta de superávit primário.

O governador alega que pretende corrigir o valor do resultado primário na LDO para que fique compatível com o que vigora no Programa de Reestruturação e de Ajuste Fiscal.

"Se a presidente Dilma quebrou a Lei de Responsabilidade Fiscal, por que eles (prefeitos e governadores) não podem fazer o mesmo?", afirmou Caiado.

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Domingos Sávio (PSDB-MG), prevê uma "enxurrada" de medidas semelhantes nos Estados, uma vez que a lei federal é referência para todos os entes da federação.

"Abriu a porteira para que todos que tiverem nesse tipo de situação sejam encorajados a isso", comentou.

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