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Oposição mantém pressão contra decretos que flexibilizam acesso às armas

Na última sexta, o governo Bolsonaro alterou quatro decretos que regulam a aquisição de armas de fogo

 (Diego Vara/Reuters)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de fevereiro de 2021 às 16h31.

oposição ao governo Jair Bolsonaro mantém a pressão nas redes sociais nesta segunda-feira (15) para criticar medidas do governo federal que flexibilizam o acesso às armas de fogo. Na noite de sexta-feira (12), o governo federal alterou quatro decretos de 2019 que regulam a aquisição de armas de fogo. Nas novas publicações, o governo ampliou o número de armamentos e munições permitidas por pessoa, flexibilizou a emissão de laudos e facilitou o acesso à armas de pressão.

O senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou que irá recorrer ao Ministério Público Federal (MPF) para impugnar os atos assinados por Bolsonaro que flexibilizam a compra de armas letais. "Esta medida é insana e fomenta a formação de grupos armados ilegais, num aceno claro às milícias já formadas no País", escreveu o senador pelas redes.

Entre argumentos utilizados pela oposição para questionar prioridades do governo federal está a falta de doses de vacina contra a covid-19 que prejudica o combate à pandemia. O ex-ministro da Saúde e vice-líder do PT na Câmara, deputado Alexandre Padilha (SP), escreveu: "é um absurdo! Os Estados estão suspendendo a vacinação contra a Covid-19 por falta de vacinas. O Brasil não tem insumos e, ao invés de salvar a população, Bolsonaro facilita o acesso às armas. GE-NO-CI-DA!".

Segundo o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), estão felizes com o novo decreto do presidente "a indústria que fabrica e vende armas", "milícias e quadrilhas, pois haverá mais armas circulando no mercado", "quem pode pagar R$ 3.000 ou mais por armas" e "malucos que sonham com uma nova ditadura no Brasil".

Para o vice-líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSOL-RJ) Bolsonaro está "sitiando a democracia" no País. "Liberação de armas em massa, bolsonarização das polícias através da sua autonomia em relação aos Estados, excludente de ilicitude para militares em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), uso da Lei de Segurança Nacional contra opositores. O presidente da República está sitiando a democracia brasileira", escreveu no Twitter.

No início do mês, quando havia anunciado as medidas, Bolsonaro afirmou que os decretos editados protegeriam os cidadãos contra a tirania, citando como exemplo as medidas de distanciamento social. "A arma evita que um governante de plantão queira ser ditador. Eu não tenho medo do povo armado, muito pelo contrário, me sinto muito bem, estar ao lado do povo de bem armado no nosso Brasil", disse Bolsonaro durante evento em Cascavel (PR).

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