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Operação da PF mira esquema de royalties que prejudicou a Vale

Polícia Federal faz operação contra um esquema de corrupção que fraudava royalties de mineração, prejudicando empresas como a Vale

Vale: empresa teria sido prejudicada por falsificação de valores em royalties de mineração (Divulgação/Vale/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 07h37.

Última atualização em 16 de dezembro de 2016 às 11h41.

Rio de Janeiro - A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira operação em 11 Estados e no Distrito Federal contra um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral, que, segundo uma fonte da PF, teve a Vale entre as empresas prejudicadas.

Apenas em 2015 os valores recolhidos com os royalties de mineração, a chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), chegaram a quase 1,6 bilhão de reais, de acordo com a PF. A Justiça determinou bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar 70 milhões de reais, segundo a PF.

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Segundo a Polícia Federal, o esquema envolvia a participação de um diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) detentor de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties. O suspeito oferecia os serviços de escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos junto a empresas de exploração mineral para participação na fraude.

O DNPM é um órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia. Procurado, o ministério não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre a operação. A Vale também não tinha informações de imediato sobre a ação da PF.

A chamada operação Timóteo foi iniciada em 2015, depois que a Controladoria-Geral da União (CGU) enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um diretor do DNPM, que pode ter recebido valores que ultrapassam 7 milhões de reais, de acordo com a PF.

Policiais Federais cumprem 16 mandados de prisão e 29 conduções coercitivas, além de mandados de busca e apreensão em 52 endereços relacionados à suposta organização criminosa, nos Estados de Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal.

Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa investigada se dividia em ao menos quatro grandes núcleos: captador, operacional, político e colaborador.

Entre um dos investigados, segundo a PF, está uma liderança religiosa que teria recebido valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. A fonte da PF disse que o líder religioso em questão seria o pastor evangélico Silas Malafaia, suspeito de ter usado contas correntes de uma instituição religiosa com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores.

O nome Timóteo dado à operação refere-se ao livro bíblico de Timóteo, segundo a PF.

NOTA DE EXAME.com

Em sua conta no Twitter , Malafaia nega que tenha participado do esquema de corrupção. Segundo ele, teria recebido uma oferta de 100 mil reais de um membro da igreja Embaixada do Reino de Deus, do pastor Michael Aboud.

“Recebi um cheque de um advogado, como recebo inúmeras ofetas e as declaro no IR [Imposto de Renda]. Sou responsável pela bandidagem dos outros? Estou indignado”, afirmou.

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