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OMS vê consenso sobre relação entre zika e microcefalia

Se em fevereiro a OMS insistia que precisava aguardar provas científicas, a entidade agora indica que os casos suspeitos apenas reforçam relação


	Microcefalia: se no início de fevereiro a OMS insistia que ainda precisava aguardar por provas científicas para estabelecer a relação, a entidade agora indica que os casos suspeitos apenas reforçam a tese
 (Ricardo Moraes / Reuters)

Microcefalia: se no início de fevereiro a OMS insistia que ainda precisava aguardar por provas científicas para estabelecer a relação, a entidade agora indica que os casos suspeitos apenas reforçam a tese (Ricardo Moraes / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2016 às 17h32.

Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta, pela primeira vez, para o fato de que já existe um "forte consenso" entre a comunidade científica sobre o impacto do vírus zika em síndromes como a microcefalia e Guillain-Barré.

Em seu informe semanal sobre a situação da doença pelo mundo, a OMS abandona qualquer tipo de cautela e confirma uma mudança importante em sua avaliação sobre os casos.

Se no início de fevereiro a OMS insistia que ainda precisava aguardar por provas científicas para estabelecer a relação, a entidade agora indica que os casos suspeitos na Colômbia, a proliferação da incidência de Guillain-Barré e a continuação da tendência no Brasil apenas reforçam a tese de que o zika é mesmo o responsável pelas doenças.

Já em março, a OMS havia mudado sua avaliação inicial e indicava que as chances de o zika causar a microcefalia era "altamente provável".

Em sua nova versão, a agência de saúde da ONU é ainda mais enfática.

"Baseado em observações e estudos de casos, existe um forte consenso científico de que o vírus da zika é a causa da síndrome de Guillain-Barré, microcefalia e outras desordens neurológicas", indicou a OMS.

Em seu informe, a entidade ainda aponta que, em seis países, existem casos de zika, sem a presença de mosquitos, o que leva a crer que existem outras formas de contaminação.

Tais casos atingem a Argentina, Chile, França, Itália, Nova Zelândia e EUA. Uma das suspeitas é de que os novos casos tenham sido contaminados por transmissão sexual.

No caso da Colômbia, a OMS também avalia que os dados apontam para um salto na incidência de microcefalia.

No total, 56 mil casos suspeitos de zika também foram registrados no país e, até junho, a OMS espera ter confirmações sobre um eventual salto no casos de microcefalia e outras incidências de má-formação em recém-nascidos.

No total, 32 crianças nasceram com microcefalia na Colômbia em 2016 e estão sob investigação. Inicialmente, o número suspeito chegava a 50, bem acima da média de 30 casos a cada três meses.

Outra avaliação da OMS se refere a dois casos de crianças que nasceram com microcefalia em Cabo Verde, onde o zika também havia sido identificado.

Além disso, um total de 13 países ou territórios registraram já um aumento de casos de Guillain-Barré. Desde 2007, 61 países já notificaram a OMS sobre a presença do zika em seus territórios.

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