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Odebrecht: dia de acareação

Na tarde de hoje, quatro delatores da Odebrecht vão se reunir, por videoconferência, para uma acareação com intuito de tirar dúvidas que surgiram em seus depoimentos ao Tribunal Superior Eleitoral. A audiência ocorrerá a pedido do ministro Herman Benjamin, relator do processo que pode cassar a chapa Dilma-Temer, vencedora nas eleições de 2014, por abuso […]

ODEBRECHT: executivos da empreiteira que fizeram delação premiada têm acareação marcada para hoje / Rodrigo Paiva/Reuters (Rodrigo Paiva/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2017 às 06h19.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h22.

Na tarde de hoje, quatro delatores da Odebrecht vão se reunir, por videoconferência, para uma acareação com intuito de tirar dúvidas que surgiram em seus depoimentos ao Tribunal Superior Eleitoral. A audiência ocorrerá a pedido do ministro Herman Benjamin, relator do processo que pode cassar a chapa Dilma-Temer, vencedora nas eleições de 2014, por abuso de poder econômico e político para se reeleger. A chapa teria se utilizado de corrupção para receber propina por meio de caixa dois.

Além de Marcelo Odebrecht, os outros executivos presentes na acareação são o ex-diretor de Infraestrutura da Odebrecht Benedito Barbosa da Silva Júnior, Hilberto Mascarenhas, do “Setor de Operações Estruturadas”, que era o setor responsável pelo pagamento de propinas, e Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais.

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O motivo da acareação é a versão conflitante apresentada pelos executivos sobre alguns episódios investigados. O principal deles é o jantar no Palácio do Jaburu em que o presidente Michel Temer teria pedido 10 milhões de reais ao presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht. Marcelo confirmou o jantar, mas disse que não tratou de valor – isso teria sido feito posteriormente, entre Cláudio Melo e o agora ministro Eliseu Padilha.

Na versão de Melo, durante o Jantar, Temer pediu apoio da empreiteira e recebeu como resposta a oferta de 10 milhões de reais para a campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo. Houve discordância entre os valores e, por fim, ficou decidido que 6 milhões iriam para Skaf e 4 milhões para Padilha distribuir entre outros candidatos do PMDB no país.

Mascarenhas disse, na última segunda, que 3,4 bilhões de dólares passaram pelas Operações Estruturadas da companhia entre 2006 e 2014. A sucessão de depoimentos de executivos da Odebrecht já tem novas datas marcadas. Na segunda, o patriarca Emílio senta de frente para o juiz Sergio Moro, em Curitiba, e deve implicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, o alvo é Michel Temer, que vê o cerco se fechar a cada depoimento.

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