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O rosto da tensão em Brasília

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), retorna de licença médica nesta segunda-feira. Ao longo da semana passada, seu retorno foi questionado por analistas por conta da pressão que as investigações judiciais colocaram sobre suas costas. A consultoria Eurasia chegou a dizer que era “questão de tempo” até a queda do ministro. Mas, por […]

ELISEU PADILHA: o ministro volta ao trabalho no momento da divulgação de uma nova lista de Rodrigo Janot  / Evaristo Sa / Getty Images (Evaristo Sa/Getty Images)

ELISEU PADILHA: o ministro volta ao trabalho no momento da divulgação de uma nova lista de Rodrigo Janot / Evaristo Sa / Getty Images (Evaristo Sa/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2017 às 06h45.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h19.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), retorna de licença médica nesta segunda-feira. Ao longo da semana passada, seu retorno foi questionado por analistas por conta da pressão que as investigações judiciais colocaram sobre suas costas. A consultoria Eurasia chegou a dizer que era “questão de tempo” até a queda do ministro. Mas, por enquanto, o presidente Michel Temer mantém a promessa de afastar seus ministros somente se houver denúncia aberta no Supremo Tribunal Federal.

É preciso ver até onde Padilha resiste. Não bastasse a famigerada denúncia de José Yunes de que o ministro recebeu um misterioso “pacote” em que delatores da Odebrecht afirmam que havia propina ao PMDB, mais um ex-funcionário da empreiteira – José Carvalho Filho – divulgou mais detalhes de como o homem mais forte da gestão Temer recebia repasses de dinheiro. Através das senhas “foguete”, “árvore”, “morango”, “agenda” e “pinguim”, operadores da empresa estavam autorizados a entregar os malotes de 500.000 a 1,5 milhão de reais a receptadores ligados a Padilha.

As denuncias ficam cada vez mais robustas às vésperas da divulgação da segunda “lista de Janot”, em que o procurador-geral da República, em poder das delações da Odebrecht, decidirá quais políticos terão investigações abertas na Lava-Jato.

As estimativas iniciais é que cerca de 200 políticos seriam impactados em 80 pedidos de inquérito. Há quem espere a inclusão de 400 nomes, que incluem a cúpula do PMDB e aliados do PMDB no Congresso. A depender da robustez das provas, o Ministério Público Federal pode oferecer diretamente uma denúncia contra alguns dos citados. Neste caso, nem a blindagem de Temer à sua cúpula pouparia o ministro. Em “repouso” até a manhã desta segunda, Padilha preferiu não comentar as acusações. Nesta segunda, ele é o rosto da tensão que toma conta de Brasília à espera da lista de Janot.

A decisão sobre a abertura dos inquéritos fica a cargo do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo, que não tem prazo para decidir sobre os processos. A primeira lista de Janot, de março de 2015, havia o pedido de abertura de 28 inquéritos – dos quais apenas cinco políticos viraram réus até agora.

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