JOÃO BATISTA DE ANDRADE: ao sair do ministério, ele falou em “deterioração do ambiente político” e “desprestígio” do cargo / Valter Campanato/ Agência Brasil
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2017 às 18h47.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h47.
O ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade, pediu demissão do cargo na manhã desta sexta-feira. Andrade era o terceiro a ocupar o cargo desde o início do governo Temer, em maio de 2016. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Andrade afirmou que o motivo de sua saída foi a “deterioração do ambiente político”.
“Eu não vim aqui atrás de cargo, vim fazer política cultural”, afirmou. Andrade também reclamou do corte de mais de 40% da verba do ministério e também da dificuldade para indicar nomes para as posições-chave do ministério. “Se eu como ministro não posso indicar os nomes das agências que estão ligadas à pasta, o que eu estou fazendo aqui? É um grau de desprestígio muito grande. Isso vai desgastando”, disse.
Andrade assumiu o cargo após o pedido de demissão de Roberto Freire, em maio, quando da divulgação dos áudios e da delação premiada do empresário Joesley Batista. Antes de Freire, a pasta era ocupada pelo diplomata Marcelo Calero. Ele assumiu o cargo no começo da gestão Temer, após o presidente voltar atrás da decisão de fundir o ministério da Educação com o da Cultura.
Calero, como se sabe, demitiu-se em novembro após revelar a pressão que recebeu de Geddel Vieira Lima, então ministro da Secretaria de Governo, para que o ministério liberasse a obra de um condomínio de luxo em Salvador, na Bahia, embargada pelo Iphan, um órgão subordinado ao ministério. Geddel havia comprado um apartamento no local e queria ver a obra terminada. A história também provocou a saída de Geddel do governo.
O futuro
Antes da demissão de Andrade, Temer havia convidado Marta Suplicy para ocupar a pasta, mas a senadora paulista recusou. Ela havia ocupado o cargo entre os anos de 2012 e 2014.
Um nome cotado para o ministério é do deputado André Amaral (PMDB-PB). Ele foi um forte defensor da regulamentação da vaquejada. Sobre o assunto, ele afirmou, em 2016, que a “vaquejada precisa continuar sua trajetória de desenvolvimento da cultura nacional, de geração de emprego e renda, e da alegria do nosso povo nordestino”.
A decisão de quem ocupará o ministério só saíra quando Temer voltar da viagem à Rússia e à Noruega, no fim da próxima semana.