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O que o Nordeste precisa para deslanchar, segundo a CNI

Com estradas e ferrovias saturadas, região precisará gastar R$ 25,8 bilhões até 2020 para conseguir escoar sua produção, defende levantamento da CNI. Veja quais são as prioridades


	Ferrovia Norte-Sul: uma das obras consideradas prioritárias em levantamento da CNI para a infraestrutura da região Nordeste, que já tem hoje vários portos e rodovias saturadas
 (Manoel Marques/Veja)

Ferrovia Norte-Sul: uma das obras consideradas prioritárias em levantamento da CNI para a infraestrutura da região Nordeste, que já tem hoje vários portos e rodovias saturadas (Manoel Marques/Veja)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2012 às 13h59.

São Paulo – O Nordeste precisa de 25,8 bilhões de reais nos próximos oito anos para que seus nove estados consigam dar conta da produção que a região exporta e importa. O número aparece em levantamento da Confederação Nacional da indústria (CNI) divulgado hoje. O estudo Nordeste Competitivo, feito em conjunto com as federações regionais, mapeou os gargalos que podem ameaçar a infraestrutura da região até 2020.

Confira as principais conclusões da pesquisa:

- Segundo a CNI, são estas os maiores gargalos do Nordeste hoje:

Modal Origem Destino Via Principal Capacidade (mil tons/dia) Uso (mil tons/dia) % Uso em relação à capacidade
Rodovia Maceió Xexéu BR101 51,3 84,8 165,30%
Rodovia Xexéu Recife BR101 51,3 68 132,60%
Rodovia Própria Maceió BR101 51,3 61,3 119,50%
Rodovia Vitória da Conquista Feira de Santana BR116 51,3 49 95,60%
Rodovia Divisa Alegre Vitória da Conquista BR116 51,3 48,8 95,10%
Rodovia Feira de Santana Tucano BR116 51,3 46,9 91,60%
Ferrovia São Luís Açailândia EFC 311,4 282,7 90,80%
Ferrovia Açailândia Marabá EFC 311,4 278,9 89,60%
Rodovia Salvador Feira de Santana BR324 102,5 83,8 81,70%
Rodovia Tucano Canudos BR116 51,3 37,4 72,90%

- E em 2020 serão estes:

Modal Origem Destino Via Principal Capacidade (mil tons/dia) Uso (mil tons/dia) %  Uso em relação à capacidade
Ferrovia Minas Gerais Salvador FCA 4,7 71,7 1522,70%
Ferrovia Açailândia Marabá EFC 311,4 877 281,70%
Ferrovia São Luís Açailândia EFC 311,4 874,1 280,70%
Rodovia Vitória da Feira de Santana BR116 51,3 128,8 251,10%
Rodovia Maceió Xexéu BR101 51,3 105 204,70%
Rodovia Xexéu Recife BR101 51,3 98,2 191,60%
Ferrovia Itabaiana Arrojado TNL 1,9 3 161,90%
Rodovia Própria Maceió BR101 51,3 78,5 153,20%
Rodovia Divisa Alegre Vitória da Conquista BR116 51,3 74,5 145,20%
Rodovia Salvador Feira de Santana BR324 102,5 136,5 133,10%

- A Confederação levantou 196 projetos existentes hoje em posse do governo federal ou dos governos estaduais que custariam, juntos, 71 bilhões para saírem do papel. Mas, a curto prazo, até 2020, selecionou 83 que considera mais relevantes em todos os modais (ferroviário, aéreo, rodoviário, hidroviário e portuário).

- Todos estão dentro de 9 eixos que, segundo a CNI, englobam todas as principais regiões produtoras do Nordeste e alcançam os principais portos. São eles:

Melhorias em Eixos já Existentes: Desenvolvimento de Novos Eixos:
BR-116 Sudeste - Fortaleza BR-020 Barreiras - Fortaleza
BR-110 Mossoró - Salvador Ferrovia Nova Transnordestina Balsas - Salgueiro - Pecém
Ferrovia Transnordestina Juazeiro do Norte - Suape (bitola métrica) Ferrovia Norte-Sul Balsas - Vila do Conde
Cabotagem FIOL Barreiras - Ilhéus
  Hidrovia São Francisco + Ferro Nova Transnordestina Barreiras - Petrolina - algueiro - Suape

- Dos 25 bilhões, ferrovias e portos concentrariam 90% do montante (R$ 12 bilhões e R$ 11 bilhões, respectivamente).


- Portos: atualmente, apenas o Complexo Portuário de São Luís e o Porto de Recife utilizam mais do que suas capacidades permitem. Em 2020, no entanto, seis vão estar nesta situação. Os casos mais críticos devem ser do Complexo Portuário de São Luís e do Porto de Natal.

- Ferrovias: dois trechos da EFC – um que liga São Luís a Açailândia e outro que liga Açailândia a Marabá operam próximo do limite. Mas a previsão é que cheguem a um estado crítico em 2020.

- Rodovias: das que cruzam a região, três já apresentam gargalos atualmente e ultrapassam em até 65% a capacidade de peso que a via aguenta em determinado período, o que reduz a velocidade dos veículos e gera congestionamentos. A simulação feita do crescimento da produção até 2020 mostra que, caso não hajam investimentos, nove rodovias estarão sendo utilizadas acima de suas capacidades.

- Os investimentos teriam retorno em pouco mais de quatro anos com a economia de gastos logísticos. Atualmente, a região gasta em torno de R$ 30,2 bilhões – 6% do PIB da região - com transportes, incluindo gastos com frete interno, pedágios, transbordo e de terminais, tarifas portuárias e frete marítimo.

- Com as obras, considerando os volumes de produção estimados para 2020, a economia do custo logístico chegaria a 5,39 bilhões por ano. 

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