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O impacto da greve dos caminhoneiros na rotina do brasileiro em números

Mesmo retornando à normalidade, caminhões permanecem parados em alguns trechos pelo país; veja os números que resumem a força da greve

 (Ueslei Marcelino/Reuters)

(Ueslei Marcelino/Reuters)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 31 de maio de 2018 às 06h30.

Última atualização em 31 de maio de 2018 às 06h30.

São Paulo - Apesar de mais enfraquecida, a greve dos caminhoneiros chega ao seu décimo primeiro dia nesta quinta-feira (31). Nos últimos dias, os pontos de bloqueio foram reduzidos e o abastecimento dos postos de combustível começou a ser retomado pelo país. Ainda assim, a lista de prejuízos não é pequena.

Desde a última quinta-feira (25), mais de 729 voos foram cancelados por conta das paralisações e 9 aeroportos permaneciam sem combustível para abastecer as aeronaves  nesta quarta. A projeção de 13 setores da economia indica também que as perdas somam mais de 50 bilhões de reais.

Confira outros números que mostram o impacto da greve:

Redução no preço do diesel deve gerar prejuízo bilionário

Para atender às reivindicações dos caminhoneiros, o presidente Michel Temer anunciou redução do preço do diesel em 46 centavos de reais por litro durante um período de 60 dias. De acordo com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, essa redução custará cerca de 9,5 bilhões de reais aos cofres públicos.

Dados divulgados por 13 segmentos da economia indicam perdas de mais 50 bilhões de reais com fábricas paradas, exportações suspensas, vendas adiadas e animais mortos, entre outros problemas.

É importante ressaltar que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) avaliou que a atual crise de combustível é a maior desde abertura do setor, em 1997, segundo informações do portal G1.

Aumento da falta de alimentos nos supermercados

A falta de produtos nos mercados aumentou, em média, 21,3% entre os dias 22 e 26 de maio, segundo informações da Neogrid, empresa especializada em gestão de estoque de varejo, ouvida pelo jornal Folha de S. Paulo

De acordo com o indicador, a falta de pão nas prateleiras, por exemplo, subiu para 15,4% no período. Na avaliação da empresa, a ausência dos alimentos atingiu patamares similares ao de países após um desastre natural.

A maior crise de desabastecimento de combustíveis em 2 décadas

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) avaliou que a atual crise de combustível é a maior desde abertura do setor, em 1997, segundo informações do portal G1. Em São Paulo, alguns postos de gasolina só retomaram o fornecimento de combustíveis para a população na última terça-feira.  A expectativa é de que a situação esteja normalizada até o fim de semana.

Mais de mil pontos de rodovias foram bloqueados durante a greve

Ao longo dos últimos 10 dias, mais de 1,3 mil pontos de bloqueio foram mapeados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Desde o início da atividade das forças federais no desbloqueio, 56% desses pontos já tinham sido restabelecidos até esta terça-feira (29). No total, foram feitas 386 escoltas com 973 carretas para fazer a operação.

Em 28 de maio, o Rio Grande do Sul era o estado mais afetado pelo movimento com 95 pontos bloqueados por conta das manifestações. O Paraná era o segundo, com 84 locais em situação de bloqueio.

Apesar dos efeitos, maioria dos brasileiros apoia a greve

Segundo levantamento realizado pelo Instituto Datafolha, 87% dos brasileiros apoiam a paralisação, mas 59% acreditam que o pacote de medidas anunciado pelo governo traz mais prejuízo do que benefícios para a população

Bicicletas viram opção

Como alternativa de locomoção, o sistema de bicicletas compartilhadas cresceu nos últimos dias. Entre os dias 21 e 27 de maio, São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador registraram 118 mil viagens com bicicletas, ante 88 mil usos na semana anterior à paralisação. Um aumento de 34%.

Aeroportos seguem sem combustível para abastecer as aeronaves

Desde a última quinta-feira (25), 729 voos foram cancelados por conta da greve e 9 aeroportos permaneciam sem combustível na quarta para abastecer as aeronaves. O pico de cancelamentos de voos aconteceu na sexta-feira (26), quando 231 aviões deixaram de decolar.

Seguiam sem combustível os terminais de Belém (PA); Campina Grande (PB); Imperatriz (MA); Juazeiro do Norte (CE); Londrina (PR); Montes Claros (MG); Palmas (TO); São José dos Campos (SP) e Uberlândia (MG).

176 veículos foram multados por bloquear acesso nas vias

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou na terça-feira (29), que encaminhou para a Advocacia Geral da União 176 autuações feitas a veículos que estavam “deliberadamente parados e violando o direito legal de ir e vir das pessoas”.

As multas aplicadas foram encaminhadas à AGU para que o órgão faça o procedimento legal para encaminhar ao STF para que ele, sim, aplique as infrações. A decisão do Supremo indicava um valor de 10 mil reais por dia aos caminhoneiros.

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