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"Nunca fui interlocutor do senador Renan", afirma deputado

Aníbal Gomes (PMDB-CE) disse que nunca foi interlocutor do Senador, ao contrário de delação premiada de ex-diretor da Petrobras


	O deputado Aníbal Gomes (PMDB - CE): Paulo Roberto Costa disse que o presidente do Senado usava o parlamentar como "interlocutor" de contatos
 (Câmara dos Deputados/Divulgação)

O deputado Aníbal Gomes (PMDB - CE): Paulo Roberto Costa disse que o presidente do Senado usava o parlamentar como "interlocutor" de contatos (Câmara dos Deputados/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2015 às 21h01.

São Paulo e Curitiba - O deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) afirmou nesta quarta-feira, 4, que nunca foi interlocutor do senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que o presidente do Senado usava o parlamentar como "interlocutor" dos contatos com a diretoria - reduto do PP no esquema de corrupção e propina investigado pela Operação Lava Jato.

Segundo o delator, o aliado de Renan apresentava-se como "representante" do senador. Costa afirmou que o presidente do Senado recebeu propina em contratos da Diretoria de Abastecimento e que, na prática, os pagamentos ao peemedebista "furaram" o teto de 3% estabelecido como limite dos repasses a políticos no esquema.

"Ressalto que nunca fui interlocutor do Senador Renan, nem de quem quer que seja, junto a qualquer órgão, e que todas as minhas reivindicações são feitas dentro de relações institucionais e de minha total responsabilidade. Nunca me envolvi em irregularidades junto a Petrobrás, ou qualquer outra estatal, de natureza direta ou indireta", reagiu o deputado.

O esquema desbaratado a partir de março de 2014 envolvia o loteamento de diretorias da Petrobras pelo PT, PMDB e PP. Por meio delas, eram arrecadados entre 1% e 3% de propina em grandes contratos Segundo Costa, a propina excedeu os 3% para que "fosse incluído um valor para Renan".

Para a força-tarefa do Ministério Público Federal, o delator afirmou que entre 2007 e 2008, o emissário peemedebista procurou por ele e disse que Renan "mandou pedir" que a Petrobrás "passasse a contratar uma empresa, a Serveng-Civilsan". Na época, Costa ocupava a Diretoria de Abastecimento da estatal.

Aníbal Gomes teria dito que Renan queria que o grupo paulista Serveng-Civilsan pudesse participar das licitações da estatal. A Operação Lava Jato descobriu que um seleto grupo de empreiteiras detinha exclusividade em praticamente todas as áreas estratégicas da Petrobrás. Segundo os investigadores, apenas em casos extraordinários essa blindagem era rompida.

"O senador Renan Calheiros é meu companheiro de partido e uma das nossas principais lideranças, o conheço desde o meu primeiro mandato, que se iniciou em 1995?, disse. "Conheci o Dr. Paulo Roberto há alguns anos, já como Diretor da Petrobrás, engenheiro de carreira, muito atencioso e reconhecido junto aos funcionários daquela instituição como um gestor competente e respeitado."

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