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José Dirceu é investigado na Operação Lava Jato

A empresa do ex-ministro da Casa Civil e de seu irmão teria recebido propina de construtoras investigadas na operação, segundo o Jornal Nacional


	José Dirceu: JD Assessoria teria recebido R$ 3,7 milhões de construtoras
 (Ana Araujo/Veja)

José Dirceu: JD Assessoria teria recebido R$ 3,7 milhões de construtoras (Ana Araujo/Veja)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 21h52.

São Paulo - A Justiça Federal determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, de seu irmão Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e da empresa JD Assessoria e Consultoria Ltda, segundo o Jornal Nacional, da TV Globo.

De acordo com a reportagem veiculada hoje, o Ministério Público Federal disse que há indícios de que a empresa dos dois irmãos teria recebido propina de construtoras ligadas ao esquema de corrupção na Petrobras, investigadas na Operação Lava Jato.

A JD Assessoria teria recebido R$ 3,7 milhões das construtoras Galvão Engenharia, OAS e UTC Engenharia, entre 2003 e 2009. Todas tiveram executivos presos durante a operação.

Ainda de acordo com a reportagem, a quebra do sigilo visa saber se os pagamentos à empresa de consultoria foram propinas, assim como os realizados para empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef, também preso na operação.

José Dirceu afirmou, em comunicado à mesma reportagem, que prestou serviços de consultoria às construtoras, e disse estar à disposição para prestar esclarecimetos.

Ex-diretores confirmam pagamentos a Costa

A defesa de Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix, outra empreiteira investigada na operação, reconheceu pagamentos de propina no esquema de corrupção.

Segundo os advogados, Almada teria sofrido ameaças do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para fazer os pagamentos, e Costa exigia "percentuais de todos os executivos das empreiteiras que tinham contratos com estatal".

Costa prometia causar prejuízos e dizia que levaria à falência quem constrastasse seu poder, ainda de acordo com a defesa do executivo da Engevix.

Na mesma investigação, Paulo Roberto Costa confirmou que a compra da refinaria americana de Pasadena teria envolvido uma propina de US$ 20 milhões a US$ 30 milhões, paga pela Astra Oil, antiga dona da refinaria, a Nestor Cerveró, ex-diretor de Internacional da estatal, e ao lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, braço do PMDB no esquema.

Costa confirmou que recebeu de Fernando Baiano US$ 1,5 milhão para não atrapalhar a compra que, segundo ele, "foi um mau negócio".

Os contratos das obras de adequação de Pasadena, ainda segundo Paulo Roberto Costa, seriam entregues para as construtoras Odebrecht e UTC Engenharia, ambas também investigadas na Operação Lava Jato.

*Atualizada às 21h58 para acréscimo de informações

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