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Dançarino foi torturado e morto por PMs, diz mãe

A mãe de Douglas Rafael da Silva, dançarino encontrado morto ontem, disse que o filho foi torturado e morto por policiais


	Viatura da Polícia Militar do Rio de Janeiro: segundo a mãe, Douglas tinha marcas de cortes, agressões e pisadas de bota
 (Tânia Rêgo/ABr)

Viatura da Polícia Militar do Rio de Janeiro: segundo a mãe, Douglas tinha marcas de cortes, agressões e pisadas de bota (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2014 às 14h06.

Rio de Janeiro - A mãe de Douglas Rafael da Silva – dançarino encontrado morto ontem (22) no morro do Pavão-Pavãozinho, na zona sul do Rio de Janeiro – disse hoje (23) que o filho foi morto e torturado por policiais militares.

Maria de Fátima da Silva prestou depoimento hoje na Delegacia de Polícia de Copacabana (13ª DP).

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) mostrou que ele foi morto por causa de uma perfuração no pulmão e, segundo ela, Douglas tinha marcas de cortes, agressões e pisadas de bota.

De acordo com Maria de Fátima, moradores relataram ter ouvido Douglas gritar, como se estivesse sendo torturado, entre o final da noite do dia 21 e o início da madrugada do dia 22.

“Tenho certeza absoluta de que ele foi torturado. Ele estava muito machucado. Alguma coisa perfurou ele no tórax e isso causou uma hemorragia interna. Tinha muita marca de bota”, ressaltou ela.

Ela mesma só soube da morte do filho no final da tarde de ontem, por meio de moradores do Pavão-Pavãozinho. Maria de Fátima diz que pessoas da comunidade viram policiais militares fazer um cordão de isolamento ao redor da Creche Paulo de Tarso, onde o corpo de Douglas foi encontrado, para que ninguém se aproximasse do local.

Intrigados com a presença de diversas pessoas no local, segundo Maria de Fátima, moradores tentaram entender o que se passava e descobriram o corpo por volta das 9h de ontem.


A mãe do dançarino contou ainda que policiais militares tentaram modificar a cena do crime antes da chegada da perícia da Polícia Civil no final da manhã.

O comandante das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), coronel Frederico Caldas, disse que houve um tiroteio na comunidade por volta das 22h, mas não foi registrada nenhuma vítima.

A Polícia Militar, segundo Caldas, só tomou conhecimento oficialmente de que havia um corpo na creche por volta das 10h do dia seguinte.

Segundo Caldas, não há como os policiais militares terem mexido no corpo, porque eles entraram na creche junto com policiais civis, que estavam na comunidade para fazer uma perícia do tiroteio ocorrido no dia anterior.

“Segundo o relato dos policiais, não houve qualquer abordagem ou perseguição no local da troca de tiros. O relato dos policiais é que quando eles chegaram para checar a denúncia, houve uma troca de tiros muito intensa e eles decidiram recuar. Eles sequer conseguiram chegar até o local onde havia a indicação de marginais”, explicou o coronel.

O comandante das UPPs disse que, além da investigação da Polícia Civil, a Polícia Militar abriu um processo apuratório para entender o que ocorreu no dia do tiroteio.

Pelo menos oito policiais da UPP do Pavão-Pavãozinho que participaram do tiroteio serão ouvidos tanto pela Polícia Civil quanto pela Polícia Militar.

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