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Nem a "bancada ética" escapou da Lista de Fachin

É o caso, por exemplo, dos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Maria do Rosário (PT-RS), além do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES)

Onyx Lorenzoni: nas redes sociais, Onyx afirma que recebeu a citação com surpresa, indignação e revolta (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de abril de 2017 às 14h03.

Última atualização em 17 de abril de 2017 às 14h03.

Integrantes da chamada "bancada ética", formada por parlamentares com discurso permanente de combate à corrupção, acabaram por integrar a lista do ministro Edson Fachin , relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). É o caso, por exemplo, dos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Maria do Rosário (PT-RS) e do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES).

Forte opositor dos governos do PT, Onyx usava a tribuna da Câmara constantemente para criticar o partido, chamado por ele em algumas ocasiões de "organização criminosa". Em um discurso no plenário da Câmara em 28 de março, o parlamentar enaltecia a Lava Jato, "que faz bem para o Brasil e faz mal para a bandidagem".

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No pronunciamento, Onyx declarou que as investigações jogavam "luz e transparência talvez sobre a maior delas (bandidagem), a mistura entre partido e governo" e disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era um dos responsáveis "pela infestação de corruptos e incompetentes no governo federal".

"O PT montou o seguinte tripé: corrupção, incompetência e mentiras. Esse é o tripé do capítulo mais triste da história política brasileira nos últimos 40 anos. E não resta nenhuma dúvida de que Lula é um psicopata", disse na ocasião.

O deputado será investigado por falsidade ideológica eleitoral, e teria recebido R$ 175 mil para a campanha de 2006. Nas redes sociais, Onyx afirma que recebeu a citação com surpresa, indignação e revolta, e que tem "24 anos de vida pública limpa e ela vai continuar limpa". Disse ainda que nunca esteve na Odebrecht e que, se mostrarem uma foto dele na sede da empresa, renuncia ao mandato.

Defensora

Membro da tropa de choque da presidente cassada Dilma Rousseff, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) também defendeu a Lava Jato, na qual agora é uma das investigadas. Em pronunciamento no dia 4 de março de 2015, a petista pedia que as investigações não fossem contaminadas.

"Não se pode admitir, pelo bem do Brasil, o contágio da investigação nos destinos do País e o comprometimento das riquezas nacionais. Quem errou, quem praticou corrupção ou corrompeu que seja responsabilizado de acordo com a lei. Disso nenhum de nós, homens e mulheres honrados, que ocupam a responsabilidade pública, podemos arredar o pé", afirmou na época.

Maria do Rosário vai responder por falsidade ideológica eleitoral, e teria recebido R$ 150 mil para a campanha de 2010. A deputada também se diz indignada pela citação do nome dela na lista de Fachin e que vai tornar disponível os sigilos fiscal, bancário e telefônico ao STF.

Crítico da ex-presidente Dilma Rousseff, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) integrava o PMDB quando deixou a base do governo petista, em 2016, para se aliar aos tucanos na oposição. Na época do impeachment, subiu à tribuna do Senado para criticar a distribuição de cargos pelo governo petista para evitar o afastamento da presidente.

"De forma aberta, despudorada, a presidente e seus assessores mais diretos iniciaram ofensiva para assediar parlamentares, partidos políticos, oferecendo verbas e cargos públicos estratégicos (...) Não há dúvida de que estamos diante de mais um crime", declarou.

Ferraço vai responder pelo mesmo crime que Maria do Rosário e Onyx Lorenzoni. Segundo as investigações, o tucano teria recebido R$ 400 mil para a campanha ao Senado em 2010. Em nota, disse estar "perplexo" com a citação, que não tem nem nunca teve qualquer relação com os executivos da Odebrecht.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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