Não pedi a cabeça do ministro, diz Maia sobre Torquarto
O presidente da Câmara cobrou que Torquato Jardim apresentasse provas sobre as "graves acusações" contra o comando da segurança pública no Rio
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de novembro de 2017 às 19h01.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou botar panos quentes no debate que travou pela imprensa com o ministro da Justiça, Torquarto Jardim.
"Eu não pedi a cabeça do ministro. Fiz uma crítica ao que o ministro falou", disse a jornalistas após participar do Seminário Internacional de Direito do Trabalho, realizado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL).
Na quarta-feira, 1º, Maia cobrou que Torquato apresentasse provas sobre as "graves acusações" contra o comando da segurança pública no Estado do Rio.
O ministro disse que a polícia militar do Estado não possui comando e que há muitos oficiais de altas patentes envolvidos com o crime organizado.
Disse ainda que toda essa situação é do conhecimento do governo. "Acho que ali dentro tem muita verdade, mas não sei se é uma verdade que deveria estar na imprensa. Não sei se ela deveria estar restrita aos órgãos de investigação da esfera federal para que a gente possa desmontar essa vinculação que possa existir entre parte da polícia e o crime organizado", defendeu o presidente da Câmara.
Para Maia, a postura de Torquato poderia até caber bem se ele fosse um analista, e não um membro do governo.
O presidente da República, Michel Temer, teria pedido para que o ministro não revidasse as críticas feitas pelo presidente da Câmara, de acordo com o Broadcast.
"Acho que se ele fosse analista, se ele fosse professor da PUC ou da UFRJ, seria uma ótima entrevista. Um diagnóstico até com muitos acertos. Mas quando vai para a imprensa, eu não sei o que os órgãos de inteligência estão trabalhando nesta linha. Talvez eles tenham sido prejudicados. Essa foi minha crítica. Nada além disso", minimizou.