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Não há número para corte no Orçamento, diz Mantega

"Vamos ver se há gordura em algum lugar. É possível melhorar a eficiência", afirmou o ministro da Fazenda

Guido Mantega, ministro da Fazenda: de olho nos custos de custeio do governo (AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 12h24.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que ainda não há nenhum número para o corte do Orçamento em 2011. Segundo ele, a proposta de contingenciamento será construída junto com os demais ministérios. "Os números divulgados pela imprensa não procedem. Não é R$ 20 bilhões, R$ 30 bilhões, nem R$ 40 bilhões" disse.

De acordo com Mantega, os ministros receberão a orientação da presidente Dilma Rousseff em reunião ministerial, que será realizada hoje à tarde, para que reduzam ao máximo os gastos de custeio envolvendo diárias, viagens, contratações de serviços, aluguel e compra de equipamentos.

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"Vamos ver se há gordura em algum lugar. É possível melhorar a eficiência", afirmou. Além disso, o ministro afirmou que, a exemplo de outros anos, os programas sociais serão preservados, assim como serão poupadas as pastas de Educação e Saúde. O ministro disse que o anúncio do corte só deve sair daqui a duas semanas, provavelmente no início de fevereiro.

Operação cambial

Mantega disse ainda que a decisão do BC de fazer uma operação de swap cambial reverso é mais uma orientação de que, neste momento é necessária uma intervenção no mercado de derivativos. "E o Banco Central voltou a fazer. É uma atuação clássica no câmbio", disse o ministro, que confirmou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a realização dos leilões de swap cambial reverso pelo BC.

"Se tem empresas e bancos na posição vendida futura, eles vão sair na posição comprada futura, de modo a neutralizar essa pressão. Quando alguém fica vendido no mercado futuro aumenta a oferta de dólar e, portanto, desvaloriza o dólar e valoriza o real. Quando você entra com swap reverso, quer dizer compra futura de dólar, neutraliza a venda e impede que haja uma valorização do real", afirmou Mantega, na portaria do Ministério da Fazenda.

O leilão de swap cambial reverso será feito no início da tarde de hoje pelo BC. O swap cambial reverso é um contrato feito entre o BC e instituições financeiras no mercado futuro. O swap vem do inglês "troca". Nesse caso, é feita uma troca de rentabilidades: dólar por juro. No período de vigência do contrato, o BC ganha a variação do dólar, a ser pago pelos bancos. As instituições financeiras, por sua vez, ficam com a remuneração da taxa Selic, que será bancada pelo governo.

Como o BC fica com a variação do dólar, seja ela positiva ou negativa, a colocação desses contratos equivale à compra da moeda pelo BC. Por essa característica, swaps reversos podem elevar as cotações do dólar. O termo "reverso" é usado porque originalmente, quando começaram a ser utilizados, os contratos de swap funcionavam de forma inversa: o BC pagava a variação do dólar e recebia o juro. Esse instrumento foi utilizado em momentos em que, ao contrário do que ocorre hoje, faltam dólares no mercado, como na crise de 2008 e 2009.

Rádio EXAME: Além de juros, BC deve adotar outras medidas contra inflação, diz Barclays

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