Dilma Rousseff: “Não há fundamento legal porque eu tenho uma vida ilibada", disse a presidente sobre o processo de impeachment (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2015 às 14h36.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff voltou a comentar hoje (22) sobre o processo de impeachment contra ela.
Dilma destacou que a Constituição Federal é clara ao prever o impeachment em caso de crime de responsabilidade do chefe de Estado.
“Não há fundamento legal porque eu tenho uma vida ilibada. No meu passado e no meu presente, não há nenhuma acusação fundada contra mim”, disse durante a entrega da Estação Pirajá e do trecho Bom Juá-Pirajá, do Sistema Metroviário de Salvador (BA).
Dilma também criticou os adversários políticos. “Não gostar do presidente, querer encurtar o tempo para chegar a ser presidente e perder eleições sistematicamente não são alegações previstas na Constituição”, afirmou.
A presidente voltou a dizer que os defensores do impeachment trabalham com a tese do “quanto pior, melhor”.
“É pior para o povo brasileiro e melhor para uns poucos. O que nós temos de garantir é que o Brasil volte a crescer, a gerar empregos e isso nós somos capazes de fazer”.
Ainda na capital baiana, Dilma fez um apelo para que os parlamentares diretamente envolvidos no processo de impeachment coloquem os “interesses do Brasil” acima de “interesses partidários”.
Mais cedo em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse acreditar que, na volta do recesso parlamentar, em fevereiro, o governo terá votos suficientes para arquivar o pedido ainda na Câmara dos Deputados, já que, segundo ele, não houve crime de responsabilidade.
Oposição
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou as declarações da presidente que, segundo o senador, levam os brasileiros "a acreditarem na ilusão de que temos um governo responsável e de que a grave recessão que vivemos é resultado de fatores outros que não a má condução da economia nos últimos anos, do descumprimento pelo governo das metas acordadas e dos compromissos assumidos e, sobretudo, da ausência de diálogo sincero com os setores produtivos e com a sociedade em geral".
Para o senador da oposição, o governo precisa reconhecer os erros cometidos para superar as atuais dificuldades.