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Na disputa por partidos — e tempo de TV —, Nunes tem quase o dobro de apoio do que Boulos

A busca por uma grande coalizão está ligada diretamente ao tempo de TV que o candidato terá durante a campanha

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 28 de abril de 2024 às 09h20.

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O atual prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) recebeu o apoio formal do Mobiliza e chegou a 10 partidos que apoiam a sua permanência na prefeitura. O seu principal concorrente, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), reúne seis siglas até o momento.

Para além da importância de mostrar força política por reunir diferentes partidos em torno de uma só candidatura, a principal vantagem de uma grande coalizão está ligada ao tempo de TV no horário eleitoral obrigatório. Na prática, quanto maior for o arco de alianças, mais tempo o candidato terá para apresentar suas propostas à população.

Além do Mobiliza, Nunes tem o apoio do MDB, PL, PP, PSD, Republicanos, Solidariedade, Avante, PRD e Podemos. A pré-campanha do candidato afirma que aguarda a adesão oficial do União Brasil e mantém diálogo com PSDB-Cidadania.

O União tem como pré-candidato o deputado federal Kim Kataguiri, que afirmou em entrevista à EXAME que sairá como candidato com o apoio da executiva nacional do partido. O atual prefeito, porém, acredita que a força de Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara Municipal dos Vereadores e figura com influência na política paulista, conseguirá evitar uma outra candidatura no campo da direta e apoiar Nunes.

Nas contas de aliados do prefeito, Nunes deve ter em torno 65% do tempo de TV, ou seja, seis minutos e meio de um total de 10 minutos. A conta correta será divulgada pela Justiça Eleitoral após o registro da candidatura.

Boulos, por sua vez, é apoiado pelo PSOL, PT, PCdoB, PV, Rede e PDT. A pré-campanha afirma que o arco de aliança não está fechado e que o deputado está aberto para receber mais apoios em torno do seu projeto. Apesar da fala otimista, entre as opções sem pré-candidatos, o PSDB e Cidadania, por exemplo, dificilmente apoiaram a candidatura do psolista.

A grande aposta da pré-campanha é o apoio do PT, que desistiu de ter um candidato na capital paulista pela primeira vez em sua história, e do capital político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aliados do deputado federal esperam que boas notícias da gestão petista respiguem na sua campanha.

As atuações de ministros e do próprio Lula são apontadas como essenciais para essa eleição, que é vista como polarizada pelo QG de Boulos. A aposta é que o psolista repita o resultado de Lula em 2022, que venceu o ex-presidente Jair Bolsonaro com uma margem apertada de votos. Com os apoios partidários, Boulos deve ter o segundo maior tempo de TV do horário eleitoral.

Tabata namora PSDB, mas segue sem apoios

Terceira pré-candidata mais bem colocada nas pesquisas, a deputada Tabata Amaral ainda não anunciou nenhum apoio formal. A política do PSB negocia com o PSDB uma aliança que envolveria a vaga de vice.

No início deste ano, Tabata filiou ao apresentado José Luiz Datena ao PSB e convidou o jornalista para ser o seu vice. No fim da janela partidária, em 4 de abril, Datena se filiou ao PSDB e disse que sua vontade é estar com a deputada na campanha deste ano.

O presidente do PSDB em São Paulo, José Aníbal, deixou claro durante o evento que o partido tem intenção de apoiar Tabata, mas não bateu o martelo se a sigla realmente embarcaria na campanha da deputada.

Tabata ainda enfrenta concorrência de Nunes e do MDB, que "mantém diálogo" com o PSDB e acredita que um acordo pode ocorrer via executiva nacional, uma vez que Aníbal afirmou que não apoiaria a candidatura do atual prefeito.

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