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Na conversa miúda um a um, Fábio Ramalho tenta a presidência da Câmara

Deputado é conhecido por defender interesses dos parlamentares, como aumento de salário, e promete articular reforma da Previdência na Casa

Fábio Ramalho: Com seu partido apoiando Maia, deputado concorre de forma avulsa (Wilson Dias/Agência Brasil)

Fábio Ramalho: Com seu partido apoiando Maia, deputado concorre de forma avulsa (Wilson Dias/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 18h53.

Bem relacionado com praticamente todos os colegas, daí o apelido "Fabinho Liderança", Fábio Ramalho (MDB-MG) tenta presidir a Câmara dos Deputados em seu quarto mandato como deputado federal.

Primeiro vice-presidente da Câmara, aos 58 anos, Ramalho costuma defender posições polêmicas, mas de interesse dos deputados, como o reajuste dos salários dos parlamentares, sob o argumento de que se não forem eles mesmos, ninguém mais defenderá seus interesses.

Declarado amigo do presidente Jair Bolsonaro --o deputado chegou a visitá-lo no hospital após o atentado em setembro--, Ramalho promete, com a conversa miúda de mineiro, entregar a reforma da Previdência, medida prioritária para o governo.

Apesar do acordo fechado pelo seu partido, o MDB, para apoiar o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e até mesmo participar de um bloco favorável ao adversário, o parlamentar concorre de forma avulsa e garante que terá uma boa quantidade de votos.

O MDB é o quarto partido de Ramalho, que já foi filiado ao PTB, PV e PMB. O bom relacionamento do candidato com os colegas pode ser explicado em parte pelas festas que costuma promover em Brasília, quando oferece aos convidados iguarias da cozinha mineira.

Ramalho tem criticado o que chama de "panelinha" montada pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, segundo ele, beneficiaria apenas alguns parlamentares.

"Panela pra mim só se for para colocar no fogão à lenha e fazer uma boa comida mineira. Na Câmara dos Deputados ela não pode mais existir, porque só prejudica o funcionamento da Casa que deveria prezar pela representatividade de todos os 513 deputados", disse Ramalho recentemente em uma postagem em uma de suas redes sociais.

Ramalho também tem feito campanha defendendo o fim do "toma lá, dá cá" na Câmara dos Deputados, um dos motes do governo Bolsonaro.

Tem prometido, por outro lado, um Parlamento independente e garante que, se eleito, deixará que a oposição faça seu trabalho, evitando que a Casa se torne um "puxadinho" do Palácio do Planalto.

O parlamentar, que diz conhecer a Câmara como a palma da mão, conta com as relações construídas ao longo dos anos na Casa, os favores e as amizades para conquistar votos pode levar a disputa ao segundo turno.

Também não descarta as tradicionais traições de integrantes cujas bancadas que fecharam acordo com seu adversário. Credita as possíveis infidelidade ao rito da votação --secreto-- e também ao fato de os apoios terem sido acertados pelas lideranças dos partidos, sem a consulta aos demais parlamentares.

Sua estratégia, explica, consiste em conversar com os deputados um a um. Mas não todos. No mapa de votos da Casa, Ramalho diz saber quem vota em quem e quais desses poderiam mudar de candidato.

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