Eduardo Paes: ex-prefeito lidera nas pesquisas contra o atual prefeito, Marcelo Crivella (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2020 às 10h15.
Última atualização em 8 de setembro de 2020 às 13h36.
O ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), se tornou alvo de uma denúncia por corrupção, segundo a Globo News. O Ministério Público fez uma operação de busca e apreensão na casa do ex-prefeito no Rio na manhã desta terça-feira, 8.
Paes foi denunciado no âmbito da Justiça Eleitoral por corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, ainda segundo a Globo News. A denúncia foi oferecida pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC), um braço dentro do Ministério Público. Outras quatro pessoas também foram denunciadas.
O Ministério Público ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso ou esclareceu com mais detalhes os atos específicos que levaram à denúncia contra Paes. Por se referir a atos durante seu mandato (de 2009 a 2016), a denúncia também demorou ao menos quatro anos para ser concluída. A defesa do ex-prefeito disse em nota que "sequer teve acesso aos termos da denúncia e assim que tiver detalhes do processo irá se pronunciar", segundo o G1.
Paes é um dos principais candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições deste ano, em 15 e 29 de novembro. O candidato pelo Democratas aparece à frente do atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos) nas pesquisas. A sondagem mais recente, do Paraná Pesquisas, publicada em 21 de agosto mostra com 29% das intenções de voto, ante 15% de Crivella.
O fato de Paes ter sido denunciado ainda não impede sua candidatura pela Lei da Ficha Limpa. Um candidato só fica inelegível após ter sido condenado em 2ª instância.
O juiz responsável por aceitar a denúncia do Ministério Público foi Flávio Itabaiana, o mesmo que cuida do caso da "rachadinha" envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro.
Paes foi lançado como candidato oficial em convenção do Democratas na semana passada, mas o caso envolvendo o ex-prefeito hoje pode impactar a decisão de outros partidos em apoiá-lo. A chapa das candidaturas será oficializada após as convenções partidárias nas próximas semanas.
O PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, tinha inclusive chances de compor a chapa de Paes em vez de lançar candidatura própria; uma possibilidade era o partido indicar um vice, segundo o colunista de O Globo, Lauro Jardim.
A política do Rio de Janeiro teve outros dois casos envolvendo seus líderes nas últimas semanas. O próprio Crivella escapou na semana passada da abertura de um processo de impeachment, que foi negado pela Câmara de Vereadores.
O pedido de impeachment aconteceu em meio ao caso dos "Guardiões do Crivella", em que reportagem da Rede Globo mostrou que a Prefeitura estava usando funcionários comissionados para ir até a porta de hospitais e impedir reportagens negativas sobre a saúde da cidade. Ainda há uma CPI aberta para apurar o caso.
No fim de agosto, ocorreu também o afastamento do governador Wilson Witzel (PSC) pelo Supremo Tribunal de Justiça. Witzel está sendo investigado por desvio de recursos em meio à pandemia do novo coronavírus. Witzel, que é ex-juiz, venceu as eleições de 2018 justamente contra Eduardo Paes, em meio a uma aliança do governador com aliados dos Bolsonaro no Rio e a casos sucessivos de corrupção no estado que fizeram a população procurar novos nomes.
Ao longo do mandato, Witzel e o presidente Jair Bolsonaro romperam. Quando foi afastado, o governador acusou o presidente de fazer “acusações contra mim extremamente graves e levianas porque acredita que vou ser candidato a presidente”.
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