“Morte de Campos é má notícia para Dilma”, diz especialista
Para David Fleischer, professor da Universidade de Brasília (UnB), tragédia reforça possibilidade de segundo turno nas eleições presidenciais
Talita Abrantes
Publicado em 13 de agosto de 2014 às 16h24.
São Paulo – A trágica morte de Eduardo Campos , que concorria à presidência, pode mudar drasticamente o cenário das eleições 2014 . “Vamos ter segundo turno com 100% de certeza”, afirma David Fleischer, professor da Universidade de Brasília (UnB).
Segundo ele, se a comissão executiva do Partido Socialista Brasileiro ( PSB ) confirmar Marina Silva como candidata da coligação, a tendência é que alguns votos que iriam para a atual presidente Dilma Rousseff migrem para a ex-senadora.
“A morte de Eduardo Campos é uma má notícia para Dilma”, afirma. “Além de confirmar que vai ter segundo turno, a Marina pode puxar alguns eleitores que estejam descontentes com a presidente”.
Marina foi a principal revelação das eleições presidenciais de 2010. Pelo Partido Verde (PV), do qual fazia parte na época, ela abocanhou 19,2% dos votos no primeiro turno – o que representa 20 milhões de eleitores.
Dados da última pesquisa Ibope, divulgados no final da semana passada, mostravam Campos com 9% das intenções de voto, enquanto Dilma e Aécio Neves (PSDB) tinham 38% e 23%, respectivamente.
Caso o nome de Marina seja confirmado para representar a coligação do PSB na corrida ao Planalto, a tendência é que estes números mudem drasticamente. “Minha previsão é que o desempenho dela seja melhor nas pesquisas do que Eduardo Campos”, diz o professor.
Com isso, tom das discussões também pode mudar. “Ela deve incorporar com vigor a questão da sustentabilidade e o Aécio pode fazer disso uma retórica de campanha”, sugere Fleischer.
De acordo com a lei, o PSB tem até 10 dias para anunciar o novo candidato. A coligação Unidos para o Brasil reúne PSB, Rede Sustentabilidade, PPS, PPL, PRP e PHS.